Estudo sugere que Erasmus reduz para metade probabilidade de desemprego de longa duração

Comissão Europeia analisou impacto do programa com entrevistas a 57 mil jovens para preparar a estratégia da nova versão, a lançar em Setembro, e que contará, até 2020, com 14.700 milhões de euros e quatro milhões de alunos.

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Apesar da longevidade do programa, não tem diminuído o interesse dos jovens pelo Erasmus. Os números mostram um recorde de participação em 2012/13. Adriano Miranda

Estudar no estrangeiro com uma bolsa de Erasmus reduz para metade a probabilidade dos jovens ficarem desempregados durante um longo período de tempo e é uma experiência enriquecedora a muitos níveis, conclui um estudo sobre o programa.

Esta é uma das conclusões de um estudo de impacto sobre o programa europeu Erasmus para a mobilidade de estudantes e docentes, realizado a partir de entrevistas a cerca de 57.000 jovens, que a Comissão Europeia prevê publicar no final de Setembro, informaram fontes comunitárias citadas pela agência noticiosa Efe.

O estudo "demonstra que os [estudantes] Erasmus se saem melhor no mercado laboral" e que "têm metade das probabilidades de ser desempregados de longa duração em comparação com os [estudantes] que não vão para o estrangeiro".

As mesmas fontes também asseguram que os jovens que usufruem deste tipo de bolsa "regressam aos países de origem não só mais seguros e mais tolerantes em relação a outras culturas, como também mais curiosos, com mais possibilidades de resolver problemas, com melhores habilitações organizativas e maior facilidade para se adaptarem de forma rápida a novas situações".

O estudo é o primeiro que analisa com tanto pormenor as repercussões de sair para o estrangeiro com uma bolsa de Erasmus, e baseia os resultados numa avaliação dos próprios participantes, que analisam o seu comportamento, atitude e habilidades, antes e depois da experiência. Assim, este estudo "fornece resultados mais fiáveis que outros anteriores", referem as mesmas fontes.

Os últimos dados do programa Erasmus, referentes ao curso 2012/2013, demonstram que a iniciativa não perdeu interesse com o passar dos anos, já que o número de participantes superou os 268 mil, mais 6% que no curso anterior e um novo máximo histórico.

No ano lectivo 2012/2013, Espanha voltou a ser o país da União Europeia (UE) que mais estudantes enviou para o estrangeiro via Erasmus.

Em Setembro estreia-se o novo Erasmus, que durará até 2020 e oferecerá a mais de quatro milhões de europeus oportunidades para estudar, formar-se, fazer estágios laborais e realizar actividades de voluntariado no fora dos seus países.

Em termos orçamentais, o programa contará com 14.700 milhões de euros, mais 40% que o actual. Segundo fontes comunitárias, o impacto do novo orçamento será sentido a partir de 2016, enquanto nos anos anteriores será similar ao existente na actualidade.

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