Empresário José Veiga vai continuar a ser ouvido neste domingo

As medidas de coacção dos três detidos só serão anunciadas depois de terminado o interrogatório a cargo do juiz Carlos Alexandre.

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Veiga é suspeito, entre outros, dos crimes de corrupção, tráfico de influências e participação económica em negócio Miguel Manso

O inquérito judicial ao empresário José Veiga, detido na última quarta-feira por suspeita dos crimes de corrupção, tráfico de influências e participação económica em negócio, entre outros, foi interrompido neste sábado ao final da tarde e será retomado na manhã deste domingo.

Segundo a CMTV, o inquérito foi interrompido pelas 19h30 de hoje, e José Veiga continuará a ser ouvido pelo juiz Carlos Alexandre, no Palácio da Justiça, em Lisboa, a partir das 09h30 de domingo.

Também na quarta-feira, e no âmbito do mesmo processo, foram detidos o advogado Paulo Santana Lopes e uma advogada, que já foram ouvidos por Carlos Alexandre.

As medidas de coacção dos três detidos só serão anunciadas depois de terminado o inquérito a José Veiga.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), existem suspeitas dos crimes de corrupção no comércio internacional, branqueamento de capitais, tráfico de influência, fraude fiscal e participação económica em negócio na compra e venda de acções de uma instituição financeira estrangeira, acções detidas por uma instituição de crédito nacional.

A investigação tem dimensão internacional, apresentando ligações com os continentes europeu, africano e americano, acrescenta uma nota da PGR, adiantando que está a ser também investigada a origem de fundos movimentados noutros negócios em que são intervenientes os suspeitos, nomeadamente, a celebração de contratos de fornecimento de bens e serviços, obras públicas e venda de produtos petrolíferos.

No âmbito de um inquérito, dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) do Ministério Público, realizaram-se na quarta-feira várias diligências, designadamente, cerca de três dezenas de buscas a domicílios e sedes de empresas, a uma instituição bancária e a três escritórios de advogados.

Os detidos, alegadamente, celebravam contratos de fornecimento de bens e serviços relacionados com obras públicas, construção civil e venda de produtos petrolíferos, entre diversas entidades privadas e estatais.

Os proventos gerados com esta actividade eram utilizados na aquisição de imóveis, veículos de gama alta, sociedades não residentes e outros negócios, utilizando para o efeito pessoas com conhecimentos especiais e colocadas em lugares privilegiados, ocultando a origem do dinheiro e integrando-o na actividade económica lícita, acrescenta o documento.

Na operação foram ainda apreendidos vários imóveis, viaturas de alta gama e saldos bancários.

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