Emprego, educação, saúde e ambiente melhoram índice de bem-estar em Portugal

Queda no desemprego em 2014 trava redução das condições materiais de vida no país.

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O congresso pretende melhorar a forma como é gerido o ambiente natural Pedro Cunha

Os portugueses têm cada vez melhor qualidade de vida e estão a recuperar ligeiramente o que perderam com a crise. O Índice de Bem-Estar do país – um indicador calculado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) – subiu 1,9 pontos percentuais em 2014, atingindo 110,5% do valor de 2004.

Melhores resultados na educação, na saúde e no ambiente são os principais motores desta tendência. Mas também a ligeira recuperação do emprego está também a ajudar.

Para calcular o Índice de Bem-Estar, o INE utiliza dezenas de dados estatísticos de áreas tão distantes entre si como desemprego e homicídios, qualidade do ar e pobreza, ou doutoramentos e mortalidade.

Os números convergem para dois grandes sub-indicadores: condições materiais de vida e qualidade de vida. Depois de anos a cair, as condições materiais subiram pela primeira vez em 2014, segundo dados preliminares do INE. Para isto contribuiu a redução da taxa de desemprego de 16,2% em 2013 para 13,9% em 2014. Agora, a taxa está em 11,9%. Mas ainda assim, a situação actual é incomparavelmente pior do que de há dez anos, quando a taxa de desemprego era de apenas 6,6%.

A subida nas condições materiais de vida foi porém pequena – 0,3 pontos percentuais no último ano. E em 2014 representavam 84% do que eram em 2004.

O verdadeiro empurrão para o bem-estar nacional, segundo o INE, está a vir da qualidade de vida – que equivale hoje a 122% do que era há dez anos. O maior sucesso está na área da educação, com um índice agora de 181%.

Alguns indicadores de inovação e de investigação e desenvolvimento se destacam. O número de doutoramentos aumentou de 10 para 25 por cada 100.000 habitantes, o de publicações cientificas, de 66 para 168, e o das patentes registadas, de seis para 11 por cada um milhão de pessoas.

Todos os outros indicadores de educação estão melhores agora do que em 2004, como o nível de escolarização, a taxa de abandono escolar ou o índice de consumos culturais.

Na área do ambiente, a situação também é hoje muito melhor. O indicador está em 132% do valor de 2004. As sete séries de dados utilizada pelo INE para chegar a este valor apresentam, todas, uma evolução favorável, em particular  a poluição do ar, a atribuição de bandeiras azuis às praias, as emissões de gases com efeito de estufa e as queixas locais quanto a sujidade ou poluição.

Igualmente na saúde, as condições progrediram para 126% das de 2004. Nessa altura, por cada cem mil habitantes, havia 41 mortes por doenças do aparelho circulatório. Agora são 24. Há números mais positivos na esperança de vida e na mortalidade infantil ou por cancro. Também há hoje uma maior sensação de satisfação com os serviços públicos de saúde, em relação a 2004. Mas tem havido uma queda neste sentimento desde 2008.

O capítulo da governação é um dos mais negativos. O índice de confiança nas instituições caiu um terço, o índice de governação está em 81% e a participação eleitoral desceu para 88% da que era em 2004.

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