Empreendedorismo social nos segundos e terceiros passos

O Banco de Inovação Social é só uma plataforma informal, colaborativa, sublinha Alexandra Rebelo, directora do Departamento de Empreendedorismo e Economia Social da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Há quem diga que o empreendedorismo social é o calcanhar de Aquiles de Santana Lopes na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. O provedor até apresentou queixa-crime contra a ex-directora do Departamento de Empreendedorismo e Economia Social por causa da aquisição de serviços para o Banco de Inovação Social e para o projecto de empreendedorismo intergeracional United At Work (UAW). Mas a instituição abriu um concurso para encontrar ideias novas.

O departamento não é uma invenção de Santana Lopes. Foi criado em Dezembro de 2008, era Rui Cunha provedor. Mas foi já na sua era, em 2013, que nasceu o Banco de Inovação Social, uma plataforma que junta 27 entidades públicas e privadas. E que veio a público a desilusão de algumas das pessoas que participaram num dos programas de empreendedorismo na expectativa de vir a receber apoio financeiro ou, pelo menos, ajuda para encontrar investidores interessados nos projectos desenvolvidos. Começou a correr a ideia de que o projecto, afinal, não vingou.

“Há uma ideia que não corresponde à realidade”, diz Alexandra Rebelo, actual directora do Departamento de Empreendedorismo e Economia Social. O Banco de Inovação Social não é uma instituição financeira que presta serviços como conceder empréstimos ou fazer investimentos básicos. “É uma plataforma informal, colaborativa, pensada para dinamizar uma série de projectos e acções”, sublinha.

Dos projectos desenvolvidos nos últimos anos, a directora destaca dois. Na primeira edição (2013/2014) do Programa de Apoio a Empresas Sociais, houve 762 candidaturas, 30 projectos seleccionados, 17 acabados. Na segunda (2014/2015), outras 349 candidaturas, 21 projectos escolhidos, 13 concluídos. No programa UAW, chegaram ao fim 40 dos 200 participantes. Terminaram o projecto três equipas intergeracionais, oito formadas por dois a cinco seniores e oito unipessoais. Apesar da polémica, mereceu a aprovação da Comissão Europeia, que lhe atribuíra 850 mil euros, frisa.

Muitos desistem quando lhes aparece uma oportunidade de emprego, diz Alexandra Rebelo. Outros desenganam-se, diz ainda. Tudo isto é novo. Às vezes, não se sabe bem do que se está a falar neste caminho que está a ser percorrido em Portugal e noutros países da UE. “Não são os primeiros passos, são os segundos ou terceiros”, resume. Ninguém, porém, desistiu. Neste momento, corre um concurso de ideias para encontrar soluções tecnológicas inovadoras. E há uma nova edição do Programa de Apoio a Empresas Sociais.

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