Eloupar é que é

O amor é fino e questão de sorte enquanto o namoro é delicioso e é, cabendo a toda a gente, democrático.

Como se diz to elope em português? É fugir e casar em segredo, sem convidar ninguém. Foi o que fizeram a Sofia e o Diogo, de quem sou tio e fã ao mesmo tempo. Decidiram casar-se. Casaram-se sozinhos e divertiram-se à grande, recusando-se a dividir as atenções apaixonadas.

É o gesto mais romântico de todos, eloupar. A solidão é o estado perfeito para duas pessoas que se amam. Bastam-se um ao outro. Têm a inteligência, a coragem e a estonteante cumplicidade de fazerem a festa sozinhos.

Neste domingo, dia santo que é dia de São Valentim (de longe o melhor santo que alguma vez existiu), o esforço mais inútil é andar à procura de uma maneira “original” de passar o Dia dos Namorados.

O Dia dos Namorados é o nome mais bonito que este dia tem. É o dia das pessoas que se namoram, por muito elevados ou baixos que sejam os motivos que conduziram a todos aqueles namoros tão diversos.

O amor é fino e questão de sorte enquanto o namoro é delicioso e é, cabendo a toda a gente, democrático.

A boa notícia é que mesmo os casais já casados há pouco ou muito tempo podem eloupar. Os hotéis estão baratíssimos. Por muito bons que sejam (e em Portugal são muitíssimos) dependem da estação.

Se há uma pessoa que ama fuja hoje com ela. Ou ontem. Eloupem. Leve-a para um hotel maravilhoso e finjam que o resto do mundo acabou. Não custa muito: é como se tivesse acabado. A tarefa, agora, é recomeçar. O facto de ser inteiramente imaginária só a torna mais urgente.

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