Eleições no ACP impugnadas pela Lista A e apresentada queixa-crime

Lista A queixa-se de irregularidades que o ACP garantiu entretanto que vai resolver. Eleições estão marcadas para 30 de Abril.

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Carlos Barbosa diz que Rui Moreira insinuou que estaria "bêbado" DANIEL ROCHA

Uma das listas candidata à direcção do Automóvel Club de Portugal (ACP) impugnou nesta segunda-feira o processo eleitoral e apresentou uma queixa-crime na justiça, devido a irregularidades que a actual direcção reconheceu existirem, mas que terão sido sanadas.

O pedido de impugnação junto do ACP e a queixa-crime entregue no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa foram feitos pela lista A, liderada por António Raposo Magalhães, que invoca irregularidades nos boletins de voto.

A lista A explica, em comunicado, que a revista mensal da associação incluía no último número, como em eleições anteriores, um invólucro com os respectivos boletins de voto associados a cada lista concorrente. E acrescenta que foram detectados “em muitos casos” apenas boletins de voto afectos a uma só lista.

Em comunicado enviado ao final da tarde desta segunda-feira, o ACP garante, por seu lado, que todas as eventuais irregularidades serão sanadas. “Todos os novos pacotes eleitorais são enviados com um código de barras diferente do enviado anteriormente, anulando automaticamente qualquer eventual duplicação de votos”, refere a organização.

O ACP explica que “durante o processo de distribuição das revistas, chegaram ao conhecimento da comissão eleitoral casos pontuais de recepção de boletins de voto em duplicado quer da lista A, quer da lista B” e que “perante essas situações o presidente da assembleia geral enviará a esses sócios em causa novo pacote eleitoral”.

A lista A lamenta a “falta de rigor e profissionalismo” que deu origem à situação e fala de factos “muitíssimos graves” que determinam “de forma irreversível e imediata a anulação ou declaração de nulidade de todos os actos praticados até ao momento no procedimento eleitoral”.

Nas eleições, marcadas para 30 de Abril, para os órgãos sociais do ACP concorrem duas listas, a A e a B, de Carlos Barbosa, que lidera o ACP há mais de uma década.

Carlos Barbosa explicou à Lusa que o processo de inserir os envelopes na revista é feito por uma empresa externa e que os casos que tinham sido identificados tinham sido resolvidos. Terão sido, disse, um envelope com dois boletins da lista A, um com dois da lista B e um sem envelope. “Falámos com os sócios e enviámos novos por correio expresso”, disse, acrescentando que “em todas as eleições há casos destes”. Aliás, no comunicado, o ACP descreve que “a inserção do pacote eleitoral na revista é realizada por uma empresa independente, a Citypost, a qual é responsável por este serviço desde 2004”.

A operação é feita de forma “mecânica” e só “com este processo foi possível enviar 192.033 pacotes e respectivas revistas para os sócios que estão aptos a votar”, esclarece ainda o ACP.

A lista A justifica a queixa no DIAP por considerar, diz também o comunicado, que os factos “têm a potencialidade de possuírem origem ou natureza criminosa, nomeadamente de fraude eleitoral”.

Também à Lusa o candidato da lista A disse que teve conhecimento das irregularidades no sábado e que 24 horas depois o ACP ainda não lhe tinha dado conhecimento, frisando que o problema “não se resolve à porta fechada e ocultando as notícias”. António Raposo Magalhães, diz-se ainda na nota, quer ter acesso a todos os actos relacionados com o processo eleitoral, sejam ou não praticados nas instalações do ACP e por funcionários da associação ou de outras entidades.

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