Duas em cada cinco aves selvagens europeias estão ameaçadas

Estados-membros da UE relatam a existência de pressões e ameaças para cada espécie e habitat, principalmente relacionadas com a actividade agrícola.

Algumas espécies estão a melhorar de estado, mas muitas continuam ameaçadas Pedro Cunha

Duas em cada cinco aves selvagens europeias estão ameaçadas, cerca de metade está segura e das restantes, 60% registam um estado de conservação desfavorável, segundo um relatório da Agência Europeia do Ambiente, divulgado esta quarta-feira.

O documento revela que 52% de todas as espécies de aves selvagens avaliadas “têm um estatuto seguro”, mas “cerca de 17% das espécies continuam a estar ameaçadas e aproximadamente 15% estão quase ameaçadas, em declínio ou depauperadas”.

Entre as espécies ameaçadas estão a laverca (Alauda arvenses) e o maçarico-de-bico-direito (Limosa limosa), cuja presença era habitual nas terras agrícolas.

Os prados, as zonas húmidas e os habitats de dunas são áreas naturais que motivam especial preocupação entre os especialistas europeus.

Os habitats apresentam um estado de conservação e tendências piores que as espécies e somente 16% das avaliações resultam num estado favorável.

"A esmagadora maioria dos habitats encontra-se num estado de conservação desfavorável, ou seja, em 47% das avaliações o estado é desfavorável inadequado e em 30% desfavorável/mau", refere o relatório da agência europeia.

Karmenu Vella, comissário europeu responsável pelo Ambiente, Assuntos Marítimos e Pesca, salienta que embora haja um panorama geral contrastante, o relatório demonstra claramente que “os esforços envidados para melhorar os ecossistemas vulneráveis podem ser altamente eficazes".

Na informação entregue à Agência Europeia do Ambiente, os Estados membros relatam a existência de pressões e ameaças para cada espécie e habitat, principalmente as relacionadas com a actividade agrícola - como alteração das práticas de cultivo, a fertilização ou os pesticidas - e com a artificialização dos rios e lagos.

A Rede Natura 2000 - uma malha de áreas naturais a preservar - abrange 18% do território da União Europeia e 4% da sua área marítima e "parece ser uma medida de conservação efectiva", diz a agência, acabando por beneficiar também espécies que não estão classificadas.

 

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