Dois medicamentos para o colesterol retirados do mercado

Tredaptive e Trevaclyn provocam hemorragias, fraqueza muscular, infecções e diabetes.

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O aumento da venda de genéricos é outro dos objectivos do acordo Sara Matos

Os medicamentos Tredaptive e Trevaclyn, indicados para tratar problemas de colesterol, vão ser retirados do mercado português depois de alguns estudos indicarem uma “frequência aumentada dos efeitos adversos graves, mas não-fatais”, como hemorragias, fraqueza muscular, infecções e diabetes.

O Comité de Medicamentos de Uso Humano da Agência Europeia do Medicamento, organismo regulador europeu para o sector, fez um estudo que lhe permitiu concluir que “os benefícios dos medicamentos Tredaptive, Pelzont e Trevaclyn não superam os riscos”, pelo que as suas autorizações de comercialização devem ser suspensas. Em Portugal, apenas se encontram comercializados os medicamentos Tredaptive e Trevaclyn.

A decisão da Agência Europeia do Medicamento surgiu na sequência de um estudo com mais de 25.000 doentes e que levantou dúvidas sobre os benefícios destes fármacos. As conclusões apontam para que não haja vantagem adicional em dar estes medicamentos aos doentes em termos de “redução do risco de efeitos cardiovasculares graves em doentes com elevado risco cardiovascular”. Estes fármacos costumam ser dados em conjunto com outros que sozinhos revelam não ser capazes de controlar os níveis de colesterol.

Na sequência da recomendação da Agência Europeia do Medicamento, a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) decidiu determinar a “suspensão imediata da comercialização de todos os referidos lotes e da utilização de amostras em Portugal” dos medicamentos em causa. A Merck Sharp & Dohme, farmacêutica que os comercializa, vai proceder à recolha voluntária dos fármacos.

As entidades que ainda tenham embalagens destes medicamentos já não as poderão vender, dispensar ou administrar. Quanto aos profissionais de saúde, o Infarmed recomenda que os médicos revejam o tratamento dos doentes e que os farmacêuticos encaminhem os utentes para os clínicos. Em relação aos doentes, o Infarmed pede que não interrompam o tratamento sem falar com o médico e que marquem uma consulta para revisão da terapêutica.

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