Divulgação das buscas a Medina Carreira vai ser investigada

Procuradoria-Geral da República abre inquérito por violação do segredo de justiça, no âmbito do processo Monte Branco.

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O nome de Medina Carreira terá sido usado para ocultar a verdadeira identidade de alguns suspeitos no caso Rui Gaudêncio

A divulgação das buscas à residência e ao escritório do fiscalista Medina Carreira, na passada semana, no âmbito do caso Monte Branco, vai ser investigada, garantiu ao PÚBLICO a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Segundo informações prestadas por aquele organismo, “foi ordenada a instauração de um inquérito-crime por violação de segredo de justiça”.

Entretanto, o presidente do conselho distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados, Vasco Marques Correia, revelou esta quarta-feira que a procuradora-geral, Joana Marques Vidal, está “preocupada e disposta a agir” no que se refere a este tipo de crimes, nomeadamente no que às buscas diz respeito – embora não tenha particularizado qualquer caso.

“A PGR vai investigar em função das denúncias que o conselho lhe fará chegar muito em breve. Agirá em conformidade”, disse à agência Lusa o representante dos advogados. “A procuradora-geral da República mostrou-se sensível e empenhada em resolver o assunto, na medida em que caiba dentro das suas competências.”

Em referência às buscas realizadas na sexta-feira, no âmbito do caso Monte Branco, Marques Correia frisou que Joana Marques Vidal “vai investigar junto de todas as pessoas que tiveram contacto com o processo”.

Medina Carreira, que garantiu esta quarta-feira ao PÚBLICO desconhecer a abertura do inquérito por causa da violação do segredo de justiça, não é visado na investigação do Monte Branco. O seu nome poderá ter sido usado para ocultar a verdadeira identidade de alguns suspeitos de branqueamento de capitais e fuga aos impostos.
 

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