Dívida do Estado a empresas que recolhem cadáveres de animais ronda os 11 milhões

"Sistema Integrado de Recolha de Cadáveres de Animais é fundamental para tratar resíduos de animais perigosos e evitar problemas graves de contágio"

O Estado deve cerca de 11 milhões de euros às empresas que diariamente recolhem, transportam e destroem 1509 cadáveres de animais, um serviço "fundamental" para a qualidade alimentar e saúde pública, revelaram esta segunda-feira as empresas responsáveis por este trabalho.

O valor da dívida foi avançado por duas empresas (ITS e Luís Leal & Filhos), que fazem parte do consórcio criado pelo Estado para pôr em prática o Sistema Integrado de Recolha de Cadáveres de Animais (SIRCA). Se o Estado não pagar as dívidas "em tempo útil" pode pôr em causa o sistema, alertam as firmas em questão.

O SIRCA foi criado na altura da crise da doença das "vacas loucas" para a recolha dos animais em tempo útil, permitindo efectuar a despistagem obrigatória de eventuais encefalopatias espongiformes transmissíveis (BSE). Segundo o consórcio, a dívida do Estado por este serviço arrasta-se há quase um ano, estando a assistir-se "novamente ao incumprimento do prazo de pagamento das facturas".

A 30 de Junho deste ano, afirmam as empresas, o valor da dívida ultrapassava os dez milhões de euros: "O não pagamento é desde Setembro do ano passado". Já há um ano, em Agosto de 2015, as empresas se tinham queixado de uma dívida de seis milhões de euros, acumulada desde Janeiro. Esse valor foi entretanto pago, mas desde Setembro voltou a acumular-se nova dívida, que ascende agora a quase 11 milhões de euros.

De acordo com este consórcio, entre Julho de 2015 e Julho de 2016 foram recolhidos 550.749 cadáveres de animais, o que corresponde a uma média de 1509 por dia.

"O Sistema Integrado de Recolha de Cadáveres de Animais é fundamental para tratar devidamente estes resíduos de animais perigosos e evitar problemas graves de contágio que ponham em causa a qualidade alimentar e a saúde pública e também em termos económicos", salientam as empresas.

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