Diário britânico fecha ao fim de dois meses

Este era o primeiro jornal diário britânico dos últimos 30 anos. Com um formato exclusivamente em papel, o jornal não resistiu aos fracos resultados de vendas.

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Lançado a 29 de Fevereiro, o jornal britânico estará à venda pela última vez esta sexta-feira. Toby Melville/REUTERS

A 29 de Fevereiro o The New Day apresentou-se aos britânicos como o primeiro jornal diário das últimas três décadas. Exclusivamente em formato papel, o jornal, do mesmo grupo editorial do Daily Mirror, Sunday Mirror e Sunday People, não conseguiu atingir as expectativas de vendas da administração responsável pela publicação. Esta sexta-feira sairá para as bancas pela última vez.

Com um custo de 60 cêntimos, o jornal deveria ultrapassar as 200 mil vendas diárias. No entanto, nunca chegou aos 40 mil exemplares. Depois de anunciado o fim do jornal, as vendas do grupo Trinity Mirror, que detém esta e outras publicações, aumentaram 6%.

As 40 páginas do jornal prometiam oferecer conteúdos mais positivos e desprovidos de carácter político, escreve o jornal espanhol El País. Numa visita ao site oficial, o jornal comprometia-se a "não sensacionalizar as notícias ou assustar os leitores". Na mesma página, o jornal dizia acreditar "numa vida curta", mas bem vivida. Uma afirmação que a ironia do destino não deixa agora ignorar.

“Tentámos tudo ao nosso alcance, mas infelizmente não conseguimos chegar ao número de vendas necessário para garantir a sustentabilidade financeira”, escreve Alison Phillips, directora do The New Day, numa mensagem enviada à redacção e partilhada na página oficial do jornal. 

Alison Phillips não deixa de elogiar o trabalho conquistado pelo jornal na sua curta duração. “Claramente existem muitas pessoas que gostam da ideia de ter um jornal diferente”, acredita a directora.

Recorde-se que o The New Day surgiu depois de o The Independent ter anunciado o fim da sua edição em papel e de se dedicar exclusivamente à sua presença no mundo digital. Num universo de mais de 60 milhões de habitantes, o Reino Unido viu as vendas dos seus jornais nacionais caírem de 16 milhões para apenas oito milhões. Consequentemente, só nos últimos seis anos, o investimento da publicidade nos jornais caiu um terço. 

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