Sobe para oito o número de mortos no surto de Legionella

Câmara de Vila Franca de Xira antecipa para segunda-feira reabertura de piscinas e pavilhões na zona afectada.

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Rua da Liberdade, no Forte da Casa, um dos epicentros de casos da doença Miguel Manso

O número de mortes confirmadas no surto de Legionella de Vila Franca de Xira subiu para oito e o de pessoas infectadas aumentou para 317, com mais num novo caso desde sexta-feira, segundo um balanço da Direcção Geral da Saúde (DGS) feito neste domingo ao início da tarde.

“Em termos acumulados, verificaram-se, até agora, 317 casos, dos quais 308 foram internados na Região de Lisboa e Vale do Tejo, três na Região Norte, cinco na Região Centro e um na Região do Algarve”, lê-se na nota da DGS. Dos doentes internados na zona de Lisboa e Vale do Tejo, 44 já tiveram alta clínica, bem como um dos doentes que estava num hospital da zona Norte e outro na região do Algarve, acrescenta a nota, assinada pelo director-geral de Saúde, Francisco George.

Quanto ao número de vítimas mortais, subiu para oito: "Ocorreram, até ao momento, oito óbitos confirmados por doença dos legionários, em doentes com idades compreendidas entre 52 e 89 anos (seis homens e duas mulheres). A taxa de letalidade estimada até ao momento é de 2,5%”, lê-se na nota.

Na segunda-feira à tarde, às 17h00, será emitido um novo comunicado conjunto da DGS, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge e da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, com o objectivo de “detalhar a evolução do surto”.

No comunicado, Francisco George reitera que “não existe risco de transmissão entre pessoas e que é segura a ingestão de água da rede pública de abastecimento”. A doença do legionário contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada que transportam a bactéria para os pulmões.

Os dados confirmam que o surto está a terminar. A sua origem está em torres de refrigeração de indústrias de Vila Franca de Xira, segundo os resultados de análises realizadas tanto aos doentes, como às fábricas. As da fábrica de adubos ADP Fertilizantes estão no centro das suspeitas. Todas as torres foram desligadas no fim-de-semana passado. Como o período de incubação é de no máximo dez dias, a DGS estima que poderão ainda surgir novos casos até dia 20 de Novembro.       

Piscinas reabertas
Já a Câmara de Vila Franca de Xira anunciou, sábado à noite, que decidiu reabrir já nesta segunda-feira os pavilhões e piscinas das três freguesias mais afectadas pelo surto de Legionella, que estavam encerrados desde dia 9.

Na sexta-feira à noite, a autarquia tinha decidido manter pelo menos até terça-feira as medidas de precaução que adoptou há uma semana nas três freguesias da zona sul do concelho afectadas pelo surto de Legionella, entre as quais manter fechados os pavilhões desportivos e piscinas das freguesias do Forte da Casa, Póvoa de Santa Iria e Vialonga.

A autarquia explica agora que a decisão de reabertura surge na sequência de contactos estabelecidos no sábado com as autoridades nacionais de saúde e depois do director-geral deSaúde ter dito, na sexta-feira, que a população do concelho pode retomar todos os hábitos normais. A Câmara ressalva, no entanto, que vai manter por mais alguns dias medidas preventivas como a suspensão do funcionamento de sistemas de rega por aspersão de fontes ornamentais e a aplicação na água da rede pública dos níveis de cloragem recomendados pela Entidade Reguladora da Água e Resíduos.

Alberto Mesquita, presidente da edilidade de Vila Franca de Xira, frisa, em comunicado, que a autarquia recomendará, igualmente, aos clubes desportivos, agrupamentos e escolas das freguesias do Forte da Casa, Póvoa de Santa Iria e Vialonga que voltem à “sua actividade normal ao nível de aulas de educação física, retomando a utilização dos duches de pavilhões”.

Para o fim da tarde de terça-feira está marcada nova reunião da Comissão Municipal de Protecção Civil (CMPC), a terceira desde que apareceram os primeiros casos do surto de Legionella, no passado dia 7, na região de Vila Franca de Xira. De acordo com Alberto Mesquita, no quadro da CMPC e do Serviço Municipal de Protecção Civil está a ser feita a monitorização de todas as acções e medidas no terreno.

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