Deputados “preocupados com instabilidade” nas polícias que “põe segurança interna” em risco

Secretário da Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações das Forças e Serviços de Segurança, que representa elementos da PSP, GNR, SEF, ASAE, Guardas Prisionais e Polícia Marítima, diz que "a carolice dos polícias está para acabar".

Foto
A PSP terá pedido para ter acesso a imagens em bruto dos incidentes que ocorreram frente ao Parlamento no dia 14 Reuters

Os deputados da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias mostraram-se esta quinta-feira “preocupados com a instabilidade nas polícias que poderá colocar em causa a segurança interna”, adiantou o secretariado nacional da Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações das Forças e Serviços de Segurança, Paulo Rodrigues.

Os deputados do PS na primeira comissão da Assembleia da República (AR) decidiram solicitar a presença dos elementos da CCP por recearem os efeitos das últimas manifestações em frente à AR. Na última, em Março, mais de 17 mil agentes estiveram presentes, de acordo com a CCP. Rodrigues explicou ainda que para os deputados da comissão, “a última manifestação deixou bem claro que havia problemas nas policias”.

“Nós fomos explicar que as politicas do Governo para as polícias tem de ser alteradas. Não pode continuar a política economicista. A degradação e os cortes dos salários, a retirada de regalias, a destruição dos serviços de assistência na doença, o envelhecimento do efectivo policial e o congelamento das pré-reformas, são questões que têm de ser alteradas. Se assim continuar, a qualidade da segurança pública vai diminuir”, sublinhou Paulo Rodrigues.

O responsável lembrou ainda que o “Governo não pode continuar a desvalorizar as politicas que segue nas policias porque a carolice dos polícias está para acabar”.

Durante a reunião, que demorou duas horas e meia, o presidente do Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do SEF, Acácio Pereira, chamou a atenção para a questão do vírus do ébola que “preocupa os trabalhadores do SEF”.

Já o representante dos trabalhadores da ASAE informou os deputados de que este organismo de fiscalização e segurança alimentar criado em 2006 "é o único órgão de polícia criminal que não dispõe de estatuto profissional".

Na audiência, o deputado Marcos Perestrelo, do PS, e Cecília Honório, do BE, mostraram-se solidários com as preocupações das polícias e forças de segurança, reconhecendo que o Governo ainda tem "muito para fazer" para que aqueles trabalhadores vejam assegurados os direitos que lhes assistem no exercício da profissão.

A deputada centrista Teresa Anjinho disse que as reivindicações daqueles profissionais "não caíram em saco roto", acrescentando que "o Governo se tem esforçado" para lhes dar mais condições de trabalho.

Sugerir correcção
Comentar