Deputado do CDS-PP Mesquita Nunes premiado pelo apoio aos direitos LGBT

Site P3, do PÚBLICO, distinguido como media do ano por acompanhar com regularidade o tema.

Foto
Adolfo Mesquita Nunes (na terceira fila, ao centro) votou a favor da adopção de crianças por casais homossexuais Miguel Manso

O voto, em Fevereiro, do deputado do CDS-PP Adolfo Mesquita Nunes a favor do direito à adopção pelos casais de pessoas do mesmo sexo valeu-lhe a distinção de Deputado do Ano pelo site de notícias e cultura LGBT dezanove.pt.

“Foi o único deputado do CDS-PP que votou a favor da mudança da lei de adopção. Mesmo em democracia é preciso coragem para remar contra a maré política”, elogia o dezanove.pt, referindo-se ao jovem deputado. “Não concordo com a lei que impede casais homossexuais de se candidatarem. Tal como está, a lei presume (...) que a institucionalização é sempre (...) preferível à adopção por aqueles casais’’, defendeu então Adolfo Mesquita Nunes, justificando o seu voto ao lado do BE e dos Verdes, pelo qual foi criticado por militantes do CDS, lembra o dezanove.pt.

Os projectos do BE e dos Verdes para legalizar a adopção por casais de pessoas do mesmo sexo, discutidos e votados em Fevereiro, foram chumbados, mas a liberdade de voto que o PS, o PSD e o CDS-PP deram aos seus deputados fez com que a contagem não fosse fácil, com os partidos da direita a registarem muitas abstenções e alguns votos ao lado dos partidos proponentes. Um deles foi o de Mesquita Nunes.

Entre outros 23 distinguidos pelo principal site LGBT encontram-se o projecto P3, o site do PÚBLICO dedicado a um segmento mais jovem.  “O projecto online junta a experiência do diário com a irreverência dos estudantes de Ciências de Comunicação da Universidade do Porto. O site tem acompanhado a realidade e cultura LGBT de perto através de várias notícias e reportagens, como nos casos Manhunt ou do Exército de Dumbledore. Os colaboradores estão atentos a tudo e seguem o dezanove de perto”, justifica a organização.

Os cineastas João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra Mata foram considerados Personalidade Nacional do Ano, pelo seu novo filme A Última vez que vi Macau, premiado em vários festivais de cinema ao longo do ano. “Sem este casal, não existiria cinema queer português com projecção internacional”, afirma o site.

O prémio de Revelação do ano foi para o realizador António da Silva. Como Acontecimento Nacional foi distinguida a Marcha do Orgulho LGBT nos Açores; como Personalidade Internacional foi nomeado Barack Obama por ser o primeiro presidente dos Estados Unidos a defender o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Como frase do ano, o dezanove.pt escolheu uma ideia do mesmo distinguido do ano passado, o director do semanário Sol. “À minha frente, no elevador, está um rapaz dos seus 16 ou 17 anos. Pelo modo como coloca os pés no chão, cruza as mãos uma sobre a outra e inclina ligeiramente a cabeça, percebo que é gay”, escreveu António José Saraiva num artigo de opinião. O director do Sol tem “um olhar peculiar sobre a homossexualidade”, diz o site.

O programa de humor da RTP1 Estado de Graça (emitido aos domingos à noite), foi considerado o Programa Televisivo do Ano, sobretudo pelo sucesso dos sketches das “Bichas Modernas”.

Sugerir correcção
Comentar