Crematório de Setúbal já está a funcionar

Concessionário do complexo funerário explica atraso com problemas técnicos

Foto
O que resta das muralhas de Setúbal está escondido nas paredes de alguns edifícios da cidade PEDRO CUNHA/Arquivo

O crematório funerário de Setúbal, no Cemitério da Paz, entrou em funcionamento no mês passado, quase cinco meses depois de ter sido formalmente inaugurado, confirmou ontem ao PÚBLICO o consórcio concessionário do equipamento.

O Complexo Funerário de Setúbal, concessionado pelo município sadino a um consórcio de empresas privadas, denominado CFS Acticonstroi ACE, foi inaugurado no dia 1 de Novembro, pela presidente da Câmara de Setúbal, mas a sua entrada em funcionamento atrasou-se devido a “problema técnicos” relacionado com os fornos de cremação, disse ao PÚBLICO um responsável do consórcio.

“Os fornos estavam no local no dia da inauguração e o atraso deveu-se só a questões técnicas, porque trata-se de equipamentos complexos que obrigaram até à vinda de três técnicos da fábrica italiana fornecedora”, garantiu a mesma fonte.  “Trata-se de matéria sensível, a cremação de seres humanos, pelo que não quisemos arriscar”, acrescentou a referida fonte, assegurando que o crematório está agora a funcionar “em pleno e de acordo com todas as normas legais e do construtor”, tendo vindo a realizar “três ou quatro” cremações por dia.

A câmara de Setúbal afirma também que a demora na entrada em funcionamento dos fornos ficou a dever-se a “dificuldades várias” de ordem técnica e relacionadas com o fornecedor italiano que “só iniciou os testes em Março, quando deveria tê-lo feito em Dezembro”. Carla Guerreiro, vereadora da autarquia diz esperar que “o atraso não manche o enorme benefício que o equipamento representa para o concelho e para a população que até agora tinha de recorrer a um crematório fora da cidade [na Quinta do Conde, Sesimbra]”.

 O equipamento é composto por dois edifícios, um designado por Corpo de Serviço - ocupado pelo forno crematório, posto médico, sala para crianças e área comercial com cafetaria, marmorista e floristas, e o outro, chamado Corpo de Velação, onde se encontra o forno pirolítico para cremação de animais, com sala de forno, arcas frigoríficas e balneários.

Junto ao edifício principal foi construído o “jardim da memória”, espaço ajardinado onde podem ser depositadas as cinzas, e que se encontra decorado com uma peça escultórica de grandes dimensões da autoria de Jorge Pé-Curto. O consórcio CFS tem a concessão por 20 anos, estando obrigado a pagar ao município, durante esse período, 300 mil euros, para além de uma percentagem das receitas geradas pela exploração do complexo. O concessionário está ainda contratualmente obrigado a suportar as obras de reabilitação da capela do cemitério de Nossa Senhora da Piedade.  

 

 

 

 

 

 

Sugerir correcção
Comentar