Cortes financeiros potenciam descida no ranking das universidades, avisa reitor da Universidade de Lisboa

Instituição está entre as 250 melhores do mundo

O reitor da Universidade de Lisboa, Cruz Serra, está satisfeito com os resultados da instituição no ranking de Xangai, mas alerta para os perigos de começar a descer na tabela, devido aos consecutivos cortes no financiamento.

A instituição está entre as 250 melhores do mundo no ensino superior e entre as 80 melhores a nível europeu, numa tabela que continua a ser liderada pelas suas congéneres norte-americanas de Harvard e Stanford.

Cruz Serra teme que a universidade comece a partir de agora a descer no ranking, como resultado dos consecutivos cortes que o ensino superior tem sofrido nos últimos anos: “A descida do financiamento público para as universidades portuguesas ultrapassou tudo o que era imaginável. A capacidade instalada vai-se deteriorando, a nossa capacidade de ensino e de investigação também. Estes rankings contabilizam o trabalho científico que muitas vezes foi feito há alguns anos atrás.

O reitor lembra que o impacto do investimento em ciência “só se vê passados alguns anos”. A posição da Universidade de Lisboa “inevitavelmente irá piorar com a descida da dotação do orçamento de Estado e a diminuição dos recursos”.

Menos orçamento, menos bolsas para estudantes de doutoramento, menos contratos para os investigadores em ciência têm sempre um impacto negativo a médio prazo, defendeu.

Na lista das melhores do mundo surgem ainda duas outras universidades portuguesas: a do Porto e a de Coimbra (no grupo das 301-400 melhores e das 401-500 melhores, respectivamente). Além do ranking geral, a Universidade Jiao Tong de Xangai faz também uma outra avaliação por grandes áreas do conhecimento e, neste campo, a Universidade de Lisboa surge no grupo das melhores na área da Engenharia/Tecnologia e Ciências da Computação, seguindo-se depois a Universidade de Aveiro e a do Porto.

O ranking de Xangai é feito tendo em conta inúmeros itens, tais como o desempenho académico per capita, mas também as citações de artigos científicos escritos pelos investigadores das universidades. O número de alunos e professores que receberam o Nobel ou o Fields Medals também é tido em conta, assim como os artigos publicados nas revistas Nature e Science.

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