Corpos dos mortos em naufrágio nas Astúrias regressam a Portugal na segunda-feira

Além dos três portugueses mortos no naufrágio, encontram-se mais dois hospitalizados e dois desaparecidos. Três pesqueiros e um helicóptero participam nas buscas.

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ELIO PEREZ/MARIN TRAFFIC A embarcação de pesca tinha mais de 40 anos

O secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, afirmou que os corpos dos pescadores que morreram no naufrágio do pesqueiro "Mar Nosso", que ocorreu esta quinta-feira nas Astúrias, deverão chegar a Portugal na próxima segunda-feira, 21 de Abril.

Além dos três portugueses mortos no naufrágio, há dois ainda desaparecidos e mais dois foram hospitalizados – Bernardino Augusto Bicho e Sebastião Ferreira Maciel. Ambos tiveram alta já nesta sexta-feira. "Os dois tripulantes portugueses que estavam internados já receberam alta e vão a caminho de casa", disse à agência Lusa Juan Carlos Martín, presidente da cooperativa de armadores de Marín, um município na província galega de Pontevedra, que serve de porto-base para o "Mar Nosso".

A tripulação do "Mar Nosso" era constituída por sete portugueses e cinco espanhóis. Os portugueses são naturais das Caxinas, Vila do Conde e da Póvoa de Varzim. Três pesqueiros e um helicóptero estão envolvidos nas buscas.

Os quatro pescadores do pesqueiro "Mar Nosso" que foram internados em hospitais de Gijón – dois portugueses e dois espanhóis – sofriam de hipotermia, indicou o conselheiro de Saúde do principado das Astúrias, Faustino Blanco, depois de os visitar nos hospitais de Jove e Cabueñes. O conselheiro indicou ainda que, dos quatro tripulantes, o mais afectado psicologicamente pelo acidente é o patrão do barco, "que pouco a pouco vai entendendo o que se passou e que está muito preocupado com o resto da equipa".

José Cesário, secretário de Estado das Comunidades, disse na quinta-feria à noite à agência Lusa que estava em contacto com a presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde. Questionado sobre o apoio do Governo português no transporte dos corpos dos pescadores, José Cesário garantiu que o mesmo dependerá das condições das famílias, mas o apoio não deixará de existir se for necessário.

O "Mar Nosso", com pavilhão português e armador de Marín (Pontevedra), encontrava-se na faina da cavala e naufragou 20 milhas o norte da ria de Navia por causas ainda desconhecidas, quando o mar se encontrava em boas condições. Segundo a edição online do jornal La Voz de Galicia, o barco indicou pela última vez a sua localização às 11h14 locais (10h14 de Lisboa). Saíra de madrugada do porto de Avilés, no Norte das Astúrias, para a pesca da cavala. O armador falara com o comandante do navio por volta das 11h. Já tinham umas cem caixas de cavala. Lançariam mais uma vez as redes antes de levantarem amarras. Regressariam depois a casa, onde esperavam todos gozar os dias de Páscoa. 

A embarcação Mar da Galega, que navegava na zona, é que alertou as autoridades marítimas. Deu pela falta do sinal no radar. Aproximou-se do local: o "Mar Nosso" estava virado, com a quilha ao sol. Ainda conseguiu resgatar sete tripulantes por volta da 13h.  

A tripulação do barco, de 32 metros de comprimento e 183 toneladas, era constituída por 12 marinheiros - cinco espanhóis, resgatados com vida, e sete portugueses. 

Mariano Rajoy "consternado"

Numa mensagem enviada pelo Governo espanhol à agência Efe, o presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, expressou as suas condolências aos familiares e amigos das vítimas e garantiu que todas as entidades responsáveis estão a trabalhar para resgatar ao mar os desaparecidos no acidente.

O líder do Governo espanhol disse ainda estar a acompanhar a evolução do estado de saúde dos feridos, manifestando também o desejo de que recuperem rapidamente. "Num momento de pesar para Portugal, Galiza e Espanha no seu conjunto, e para um sector, como o pesqueiro", os familiares dos mortos, desaparecidos e feridos "irão ser acompanhados pela solidariedade dos espanhóis", acrescentou.

Notícia actualizada às 13h04

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