Contratar mais psicólogos para as escolas pode ser possível em Janeiro

O subdiretor-geral de Educação recordou que até 2020 é “suposto Portugal atingir um rácio de um psicólogo para cada 1.140 alunos”.

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No início do ano civil de 2017 estima-se que haja condições para abrir concursos nas escolas para contratar mais psicólogos, anunciou nesta quarta-feira o subdiretor-geral de Educação, Pedro Cunha, no 3.º Congresso de Psicólogos Portugueses, que decorre no Porto.

“A expectativa é que sim, que no início do ano civil de 2017, nós estejamos todos em condições de abrir concursos nas escolas para a contratação de mais psicólogos”, declarou à Lusa Pedro Cunha, à margem de uma apresentação no 3.º Congresso da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), que está a decorrer na Alfândega do Porto até ao próximo sábado, dia 1 de Outubro.

O subdiretor-geral de Educação sublinhou, todavia, que a estimativa da abertura de concursos nas escolas pode sofrer alterações devido às “várias fases que compõem este processo”, designadamente, “questões de natureza informática” ou “questões de análise de candidatura”.

“É expectável que ainda até o final deste ano civil o Programa Operacional de Capital Humano (POCH) dirija um convite ao Ministério da Educação para alargar a rede dos psicólogos escolares, como aliás consta das próprias metas do POCH”, acrescentou Pedro Cunha.

O subdiretor-geral de Educação recordou que até 2020 é “suposto Portugal atingir um rácio de um psicólogo para cada 1.140 alunos”, um valor que ainda não se verifica.

“Não estamos a conseguir ainda garantir uma relação de proporção adequada entre o número de psicólogos que estão ao serviço das escolas – embora todas as escolas tenham psicólogo –, ainda assim a relação de proporção ainda não é a mais adequada de acordo com padrões e ‘standards’ que estão definidos internacionalmente”, explicou.

Ao longo do actual ano lectivo – 2016/2017 – e com o apoio do POCH, Pedro Cunha avançou ainda que há várias iniciativas em cima da mesa, como por exemplo, formação contínua dos psicólogos.

“Vai haver um reforço muito importante na formação contínua dos psicólogos, e também na formação inicial, os novos psicólogos que entrarem no sistema educativo terão uma formação de indução à chegada à escola, serão adquiridos os instrumentos e os materiais necessários à prática dos psicólogos (…) e será criada uma base de gestão da actividade dos psicólogos centralizada (…) para ganhar eficiência no trabalho dos psicólogos”, enumerou.

Pedro Cunha lamentou que “nunca ninguém” tenha escrito “uma linha sobre o que é que um psicólogo deve e não deve fazer na escola” e, por isso, realçou a importância de existir um “Referencial técnico para psicólogos escolares”.

O documento vai “clarificar o perfil funcional” dos psicólogos nas escolas, assim como as suas “tarefas-chave” ou também orientar e dar apoio à prática daqueles profissionais.

“O que é que eles [psicólogos] fazem, qual é o seu lugar na estrutura educativa, qual é a agenda do psicólogo sem o prejuízo da autonomia das escolas”, questionou Pedro Cunha, referindo que a diferença entre o que os “psicólogos fazem e o que gostariam de fazer é “abismal”.

Pedro Cunha afirmou que os psicólogos são um “recurso preciosíssimo, mas escasso” nas escolas e lamentou as más condições em que às vezes trabalham, como por exemplo não ter gabinetes e ter de trabalhar em “vãos de escada”, admite, por seu turno.

O 3.º Congresso da Ordem dos Psicólogos Portugueses, que conta com cerca de 1.800 participantes, termina no próximo sábado, com painéis sobre neuropsicologia, processos psicológicos na transição para a parentalidade em homens e com a sessão de encerramento marcada para as 16:30 na sala do Arquivo no edifício da Alfândega do Porto.

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