Coca-Cola promete combater obesidade

Medidas passam por privilegiar bebidas com menos calorias e pelo fim da publicidade para os mais novos.

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Numa antecipação e adaptação a um mercado com clientes cada vez mais críticos e exigentes, a Coca-Cola anunciou que vai adoptar medidas em mais de 200 países com o objectivo de ajudar na luta contra a obesidade. Informação mais visível sobre calorias e fim da publicidade dirigida a menores de 12 anos são algumas das propostas da multinacional.

As medidas, adianta o diário inglês Guardian, fazem parte da estratégia da empresa para melhorar a  imagem junto dos consumidores, depois de críticas relacionadas com a quantidade de açúcar nas bebidas. A empresa sediada em Atlanta, EUA, tentará passar a ideia de que o consumo de refrigerantes faz parte de uma vida saudável.

Pretende também acabar de forma mais generalizada com os anúncios dirigidos a crianças com menos de 12 anos – como começou por fazer ainda em 2009 no Reino Unido – e promover mais o consumo das bebidas com menos calorias. “Queremos ser parte da solução”, explicou numa entrevista à CBS o presidente da empresa, Muhtar Kent.

Contudo, Kent não especificou como vai a Coca-Cola contribuir para a promoção de estilos de vida saudáveis. “Todos sabemos que ingerir calorias é mais divertido do que gastá-las mas queremos que queimar calorias também tenha um pouco de diversão”, disse, acrescentando que pretendem fazer a diferença criando alertas mundiais sobre a “importância de estilos de vida activos e saudáveis”.

A Coca-Cola não adiantou datas específicas para concretizar as iniciativas nem disse que percentagem pretende que as bebidas com menos calorias passem a representar nas vendas totais, escreve a Bloomberg. Mas no mercado dos Estados Unidos as bebidas com menos calorias passaram de um peso de 30% na década de 1990 para mais de 40% agora. Também não foram avançados os valores que serão investidos nos programas delineados.

Anúncio histórico
Num comunicado, Muhtar Kent já tinha descrito a obesidade como “um problema global”, que está a afectar famílias e comunidades um pouco por todo o mundo. A aposta nas novas medidas coincide com o 127.º aniversário da Coca-Cola e surge depois de um anúncio lançado já neste ano em que a empresa faz uma referência directa à obesidade – a primeira de sempre. Os anúncios da Coca-Cola são um marco na história da publicidade, desde a representação do Pai Natal nos anos 1930 aos ursos polares que brindam com uma garrafa bem gelada.

A publicidade inédita foi feita para o mercado dos Estados Unidos e alertava os consumidores para as calorias que poderiam ingerir em excesso, focando os refrigerantes com menos calorias disponíveis. Chama-se “Coming Together” e tenta mostrar que a marca pode ser parte da solução para o problema que está a preocupar os norte-americanos, em que dois terços da população sofrem de obesidade e em que as bebidas açucaradas são a maior fonte de calorias.

“Entre mais de 650 bebidas, nós agora oferecemos 180 opções… com baixas ou nenhumas calorias”, ouve-se no anúncio que alerta que quando se consomem mais calorias do que as que se queimam o resultado só pode ser um aumento de peso. A empresa fez também um outro anúncio com o nome “Together for Good” com a mesma base. Algumas das embalagens também foram reformuladas e apresentadas com dimensões mais pequenas.

A apresentação, diz também o Guardian, surge após a divulgação de um estudo desenvolvido ao longo de décadas, que contou com a participação de 33 mil norte-americanos e que mostrou que o consumo regular de refrigerantes ricos em açúcar interfere directamente com os genes que contribuem para o ganho de peso, tendo por isso também efeitos em termos de hereditariedade.

A principal concorrente da Coca-Cola, a PepsiCo, lançou em 2007 um programa semelhante de incentivo ao exercício físico e ao consumo de bebidas com menos calorias num grupo de países pré-definido. As medidas passaram, por exemplo, por apoios a campos de férias e também por limites na publicidade para menores de 12 anos. A empresa não quis comentar o anúncio da concorrente.
 
 

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