Cardeal-patriarca de Lisboa pede “política de protecção à família”

“Somos um país a lutar corajosamente para vencer um período difícil da nossa história”, afirmou José Policarpo, na primeira missa do ano.

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“Somos um país a lutar corajosamente para vencer um período difícil da nossa história”, afirmou José Policarpo Joana Bourgard

Na primeira missa de 2013, o cardial-patriarca de Lisboa, José Policarpo, falou do desemprego, dos impostos e da diminuição da natalidade para lançar uma pergunta: “Para quando uma política de proteção à família?”.

“Somos um país a lutar corajosamente para vencer um período difícil da nossa história”, afirmou José Policarpo, numa homilia em Rio de Mouro, concelho de Sintra. O cardeal-patriarca apelou a que se olhe “para o que está a acontecer às famílias”. E enumerou: “Leis permissivas que não valorizam o aprofundamento dos seus valores constitutivos; leis fiscais que penalizam a família; a incapacidade de evitar que o drama do desemprego se abata sobre as famílias; a diminuição da natalidade, que põe em causa o futuro da comunidade humana que pretendemos salvar.”

Naquele que é também o Dia Mundial da Paz, José Policarpo, remetendo para a mensagem de Ano Novo do Papa Bento XVI, argumentou que “nas nossas sociedades europeias é urgente voltar a valorizar a sabedoria contida na religião, constitutiva de um quadro cultural que favorece e exige uma mística da paz” e defendeu que “os próprios modelos económicos e políticos de organização da sociedade têm de visar esta construção da paz como obra de justiça”.

As sociedades europeias, disse ainda, atravessam “uma profunda crise de civilização” e lembrou que, no ano em que a União Europeia foi distinguida com o prémio Nobel da Paz, Bento XVI desafia a Europa “a interrogar-se se a paz que conseguiu manter é a paz perfeita ou se não há um longo caminho, nunca completamente percorrido, para a edificação de uma paz verdadeira”.

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