Como falar de cancro a crianças com menos de 10 anos?

Quando a melhor defesa contra o cancro é a prevenção, quanto mais cedo melhor. O Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro dá um passo em frente e promove uma acção de formação para professores do 1.º ciclo e do pré-primário.

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A importância de falar de cancro com crianças pequenas está na possibilidade de os incitar à adopção hábitos saudáveis Público/ Arquivo

Para Carlos Freire de Oliveira, Presidente da Direcção do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (NRC.LPCC) “perdemos uma batalha, mas não perdemos a guerra”. Há uma forma de aumentar as probabilidades na guerra contra o cancro: a prevenção. E quanto mais cedo, melhor. A LLCC organizou já algumas formações de sensibilização e prevenção do cancro para professores, mas pela primeira vez o Núcleo Regional do Centro vai dinamizar, no dia 30, uma acção de formação para professores do 1.º ciclo e do pré-primário.

A importância de falar de cancro com crianças tão pequenas está na possibilidade de os incitar à adopção hábitos saudáveis. Já que “cerca de 80% dos cancros têm a ver com os estilos de vida”, diz Carlos Freire de Oliveira e a sensibilização para a adoptação de hábitos mais saudáveis é meio caminho andado para um futuro igualmente mais saudável, com uma menor probabilidade de sofrer de inúmeras doenças, não só o cancro. Para que isso aconteça há que ter alguma atenção e desde cedo “tentar condicionar os seus estilos de vida: o seu comportamento alimentar, o não fumar, o consumo de bebidas alcoólicas, por exemplo”.

Albertina Ramos é educadora do pré-escolar e é uma das docentes que se inscreveu na formação. A educação para a saúde é, para si, fundamental “ainda há muito desconhecimento, tanto dos alunos como dos pais. Não há sensibilidade para os proteger, por exemplo, do Sol. É uma coisa que associam só à praia”. E por aqui passa a importância de actuar nas escolas. Hoje em dia há muitas crianças que passam mais tempo com os professores e os educadores do que com os pais, por isso, para o presidente da direcção do NRC.LPCC o papel dos professores e dos educadores é “extremamente importante”. Mas não chega.  “Se uma professora disser aos alunos para não comerem bolos e comerem uma peça de fruta, mas os alunos chegaram a casa e a mãe os encharcarem em bolos, não valeu a pena, o trabalho foi perdido”, avisa.

Resta saber de que forma é que se ensinam bons hábitos e estilos de vida saudáveis a crianças com menos de 10 anos. Para Albertina é possível transmitir a mensagem. “Não fica à primeira vez, mas vai ficando. Insistência, repetição e alertas expressados de forma lúdica resultam”, diz. De entre os diferentes métodos, o NRC.LPCC quer recorrer ao desenho, à escrita, à pintura e a todas as formas de educar quem está na idade de brincar. Até ao momento das 30 vagas foram ocupadas 25. Para os interessados, a inscrição ainda pode ser feita directamente no NRC.LPCC. Numa altura em que o cancro é a segunda principal causa de morte nos países desenvolvidos, a Liga aposta na prevenção junto dos mais pequenos.
 

Texto editado por Andrea Cunha Freitas

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