Bombeiros chamadas a participar no grupo de trabalho criado pela AR

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Sobre o dispositivo especial de combate a incêndios, a Liga diz que os bombeiros poderão não ter condições Nelson Garrido

As associações nacionais de bombeiros profissionais e voluntários adiantaram nesta quarta-feira que vão fazer parte do grupo de trabalho criado pela Assembleia da República para debater o problema dos incêndios, após um encontro com a presidente, Assunção Esteves.

"Foi-nos transmitido pela senhora presidente da Assembleia da República que iremos participar ou ser ouvidos no grupo de trabalho criado para analisar as questões dos incêndios e da operacionalidade dos bombeiros", adiantou à agência Lusa Fernando Curto, presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP), à saída da Assembleia da República, na companhia do vice-presidente da Associação Portuguesa de Bombeiros Voluntários (APBV).

A criação do grupo de trabalho foi votada favoravelmente a 10 de Setembro no parlamento por todas as bancadas parlamentares, para que "haja uma acção determinada que considere as múltiplas dimensões em que o problema deve ser enfrentado", tendo ficado ainda agendado, na ocasião, a realização de um "grande debate" durante o mês de Outubro.

Fernando Curto mostrou-se satisfeito por os bombeiros profissionais e voluntários serem ouvidos acerca dos problemas que afectam o sector e reivindicou uma maior intervenção das duas associações, criticando o facto de, muitas das vezes, as entidades ouvirem apenas a Liga dos Bombeiros Portugueses.

"Não se trata de protagonismo, mas antes achamos que também devemos ser ouvidos, pois representamos e defendemos os bombeiros profissionais e voluntários portugueses. A Liga tem neste momento mecanismos que controlam essa responsabilidade, que efectivamente não tem", frisou o presidente da ANBP.

Fernando Curto acrescentou que, entre os problemas que existem no seio dos bombeiros e que hoje as associações foram apresentar à presidente da Assembleia da República, estiveram questões legislativas de funcionamento das duas associações e a defesa da classificação da profissão de bombeiro como de desgaste rápido.

O responsável chamou ainda a atenção para as dificuldades relacionadas com a operacionalidade e os equipamentos das corporações, além de pedir melhores serviços de saúde e de apoio financeiro prestados aos bombeiros.

O presidente da ANBP salientou que esta ronda de encontros vai continuar, estando agendada para as 12h de sexta-feira uma reunião com o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, e dois outros encontros com deputados do CDS e PCP, no decorrer este mês.

 

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