Bispos pedem incentivos fiscais para combater crise de natalidade

“Facilitar que os casais possam ter os filhos que desejam” é “um bem económico para que uma nação progrida”, defende a Conferência Episcopal Portuguesa.

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Em 2012, nasceram pouco mais de 90 mil crianças em Portugal, menos 7000 do que no ano anterior. PÚBLICO

Os bispos católicos querem que o Governo avance com incentivos fiscais para combater a crise da natalidade e que, ao mesmo tempo, promovam o emprego juvenil e conciliem trabalho e vida familiar, disse nesta quarta-feira o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).

A conclusão consta da nota pastoral aprovada na Assembleia Plenária da CEP, que se realiza em Fátima até quinta-feira, na qual se defende que “a crise que atravessamos também é reflexo da crise demográfica”, explicou o padre Manuel Morujão.

Os bispos lembram que é preciso encontrar uma “solução cada vez mais urgente para este problema”, sobretudo perante “uma sociedade em envelhecimento”, em que “as despesas públicas são cada vez maiores” ao nível “das pensões e da saúde” e “as receitas cada vez menores”.

O porta-voz da CEP assinalou que “há algo mais que fazer” por parte dos governantes, admitindo que “a tarefa não é fácil”, mas sublinhou que “facilitar que os casais possam ter os filhos que desejam” é “um bem económico para que uma nação progrida”. Num momento de crise, “é preciso pensar como é que a geração presente vai poder beneficiar de ajudas sociais quando chegar à idade da reforma”, frisou ainda. Contudo, defendeu que “o contributo decisivo para vencer a crise demográfica situa-se no plano da cultura e da mentalidade”, pelo que “há que superar o cansaço moral e a falta de confiança no futuro”, sabendo que “a vida é sempre um dom que compensa todos os sacrifícios”.

A nota pastoral, intitulada Dar Força à Família em Tempos de Crise, é “uma reflexão que também inclui pistas de acção”, afirmou Manuel Morujão. No texto, aprovado pelos bispos, pode ler-se que “a crise económica e social que o país atravessa vem evidenciando precisamente a riqueza que representa a família”, mas destaca a ideia de que “não se pode desresponsabilizar os governantes” da missão que têm de “facilitar a vida de todos, particularmente as franjas mais empobrecidas, desempregados e endividados”.

 

 
 

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