Autópsias das mulheres encontradas em Tires realiza-se terça-feira

Principal suspeito dos homicídios ainda não foi detido pelas autoridades brasileiras

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Actualmente há 54 corpos por reclamar no INML PÚBLICO/Arquivo

As autópsias das três mulheres de nacionalidade brasileira encontradas mortas na sexta-feira em Tires, Cascais, realizam-se na terça-feira, disse um porta-voz do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, Mário Martins.

A ordem do Ministério Público para a realização das autópsias só chegou esta segunda-feira de manhã à delegação do Sul do instituto, em Lisboa, e dada a complexidade das mesmas, que envolverão a utilização de recursos radiológicos, só se realizarão na terça-feira, acrescentou a mesma fonte de informação.

Os corpos das três mulheres foram encontrados na sexta-feira à tarde num poço de um hotel para animais em Tires, no concelho de Cascais, e chegaram à delegação de Lisboa do Instituto de Medicina Legal depois das 18h. Esta segunda-feira de manhã os peritos estiveram a avaliar o estado dos cadáveres para determinar que tipo de exames será necessário fazer para os identificar.

Na altura da descoberta dos corpos, o comandante dos Bombeiros da Parede, Pedro Araújo, disse tratar-se dos corpos de três jovens brasileiras - as irmãs Michele e Lidiana Santana, de 28 e 16 anos, respectivamente, e uma amiga destas, Thayane Mendes, de 21 - desaparecidas desde Fevereiro.

Dinai Alves Gomes, um jovem brasileiro com quem Michele mantinha uma relação conjugal, e que trabalhou vários anos no hotel de animais onde os corpos das jovens foram encontrados, é o principal suspeito do triplo homicídio. Em Abril último, as equipas de investigação estiveram na zona do hotel para animais Monte dos Vendavais à procura dos corpos das jovens. Mas nada encontraram, apesar de terem esvaziado vários poços, com o auxílio dos bombeiros. Os corpos estavam afinal numa fossa séptica.

Dinai Gomes viajou, entretanto, para o Brasil onde, segundo alguma imprensa, estará sob vigilância da Polícia Federal em Novo Cruzeiro, no estado de Minas Gerais. Mas outras notícias dão conta de que as autoridades continuam à sua procura, não o tendo ainda localizado. Contactado pelo PÚBLICO, o delegado federal Roberto Câmara, da Superintendência Regional da Policia Federal de Minas Gerais, afirma que o suspeito agora reside em Belo Horizonte e que a equipa vai continuar a investigar o caso. Alegando não poder divulgar mais informações sobre o caso, Roberto Câmara revela que as autoridades ainda não entraram em contacto com o suspeito desde o aparecimento dos corpos. Aguardam os resultados das autópsias. Antes da descoberta dos corpos, o principal suspeito já tinha sido ouvido pelas autoridades brasileiras duas vezes, a pedido da polícia portuguesa, uma vez que Dinai terá sido a ultima pessoa a manter contacto com as vítimas.

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