Aumento das taxas moderadoras não diminuiu acesso aos cuidados de saúde

Preço dos medicamentos é o que mais pesa no custo associado com a ida a uma consulta, conclui estudo.

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O estudo aponta ainda o desaproveitamento da linha telefónica Saúde 24 Rui Soares

O aumento das taxas moderadoras não limitou o acesso aos cuidados de saúde em Portugal. A conclusão está contida num estudo encomendado pelo ministro da Saúde, Paulo Macedo.

Segundo a investigação, apenas 1% de um universo de 1254 inquiridos alegou incapacidade de pagamento como razão para não ter recorrido aos cuidados de saúde.

“As taxas moderadoras não surgem, assim, como factor inibidor generalizado de recurso aos serviços de saúde”, sublinham os autores do estudo, coordenado pelo economista Pedro Pita Barros.

Do mesmo modo, o estudo não detectou qualquer redução estatisticamente significativa no recurso às urgências hospitalares em resultado do aumento das taxas moderadoras. Esta investigação vem, de resto, corroborar as conclusões de um outro estudo divulgado esta semana pela Entidade Reguladora de Saúde que avaliou o novo regime jurídico das taxas moderadoras.

O valor cobrado aos utentes, recorde-se, aumentou para o dobro, na passagem de 2011 para 2012. Já este ano, o aumento limitou-se a acompanhar a inflação.

Quanto aos restantes custos associados com a ida a uma consulta, o preço dos medicamentos prescritos surge, esse sim, como factor dissuasor para os utentes, “muito acima das despesas de transporte”.

Relativamente à forma como os cidadãos utilizam os cuidados de saúde, o estudo aponta o facto de os cidadãos negligenciarem a possibilidade de recurso à linha Saúde 24, a qual “surge com pouco significado como primeiro ponto de contacto para os cidadãos quando estes se sentem doentes”.

 

 

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