Aumentaram as falhas de medicamentos nas farmácias

Estudo da consultora Delloite mostra que quase metade dos utentes não consegue aviar todos os remédios de que precisa.

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Os problemas de abastecimento têm consequências nefastas para os doentes Nuno Ferreira Santos

Quase metade dos utentes (46%) não consegue aviar todos os medicamentos de que precisa nas farmácias, concluiu um estudo da consultora Delloite encomendado pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) e divulgado nesta segunda-feira.

Os problemas de reposição aumentaram relativamente a 2012, apesar de a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) ter criado entretanto um sistema de vigilância para monitorizar as falhas nas farmácias.

Todas as farmácias avaliadas admitiram ter falhas no abastecimento e mais de 90% dos inquiridos (649 utentes e 86 médicos, além de 122 farmacêuticos) defenderam que este problema se manteve ou aumentou. Já os medicamentos em falta aumentaram em 22% face ao ano passado, na opinião dos utentes inquiridos, e alguns destes são fármacos life saving (de sustentação de vida). O estudo, hoje divulgado pelo Jornal de Notícias, é uma actualização de uma primeira avaliação realizada em 2012 a pedido da Apifarma.

Os problemas de abastecimento têm consequências nefastas para os doentes: muitos deixam de tomar os medicamentos ou atrasam o início da terapêutica, segundo os médicos inquiridos. Os medicamentos para o sistema nervoso central voltam a ser os mais afectados pelas rupturas de stock, seguidos dos fármacos para o aparelho respiratório.

Os farmacêuticos atribuem o problema ao facto de os medicamentos estarem esgotados nos armazenistas (80%) ou no laboratório (52%) e quase um quarto acredita que a causa é a exportação paralela (os medicamentos são vendidos para outros países onde os preços são muito superiores).

 

 

 

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