O Porto no Google: “Às vezes o que começa num clique acaba num acto de amor”

A Universidade do Porto inaugurou, esta terça-feira, uma exposição virtual na plataforma Google Cultural Institute. A primeira universidade portuguesa a conceber um projecto para a plataforma, fá-lo através de imagens que permitem ao utilizador viajar pelo centro histórico da cidade do Porto.

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A Google Cultural Institute é uma plataforma gratuita que permite às organizações culturais a partilha do seu património cultural online Nelson Garrido
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Nelson Garrido

A cidade do Porto está agora à distância de um clique. Os alunos do Mestrado em História da Arte Portuguesa da Faculdade de Letras da Universidade do Porto desenvolveram o projecto “Porto Património Mundial”. Trata-se de uma exposição para a plataforma Google Cultural Institute que consiste num percurso, através de imagens, pelo centro histórico da cidade. A Universidade do Porto é assim a primeira universidade portuguesa a conceber uma exposição para esta plataforma.

“Este é um dia interessante para a cultura, para o desenvolvimento da cidade e para o desenvolvimento da Universidade do Porto”, anunciou o reitor da universidade, Sebastião Feyo de Azevedo, na inauguração do projecto, esta terça-feira. A exposição “Porto Património Mundial” resulta da recolha e selecção de cerca de 60 imagens da cidade do Porto disponíveis em alta resolução. Na voz de Lúcia Rosas, curadora do projecto, o objectivo passa por mostrar os “aspectos que caracterizam a cidade para além dos monumentos”. Este pretende ser “um novo olhar pelo centro histórico do Porto”, explica, classificado como Património Cultural da Humanidade desde 1996.

A plataforma da Google traz consigo uma maneira de navegar pelo centro histórico do Porto muito característica do software da própria empresa. Permite a aproximação das fotografias e a activação, ao longo do percurso, do Street View, um recurso do Google Maps que disponibiliza vistas panorâmicas de 360º. A Google Cultural Institute é uma plataforma gratuita que permite às organizações culturais a partilha do seu património cultural online. Actualmente conta com cerca de 700 organizações associadas como é o caso de, por exemplo, o Museu de Arte Moderna, em Nova Iorque. Apesar de a Universidade do Porto ser a primeira universidade do país a expor um projecto, a plataforma já conta com outras instituições portuguesas como, por exemplo, o Museu Colecção Berardo.

António Vargas, representante da Google em Portugal e em Espanha, durante o lançamento mundial da exposição, falou destes projectos como um novo paradigma da cultura: “Estamos a democratizar o conhecimento e o acesso à cultura. Sem sair do Porto, os alunos deram a conhecer ao mundo a sua cidade”, realça.

Também o presidente de Câmara do Porto, Rui Moreira, que esteve presente na cerimónia de inauguração, recordou os cerca de 19 anos da cidade como Património Mundial, a sua evolução, conseguida conservação da sua “autenticidade” e acima de tudo, sublinhou “a responsabilidade de a preservar para a geração seguinte”. Neste contexto, Rui Moreira, deu os parabéns à universidade que acredita ser um “importante actor de futuro, até mesmo na dimensão cosmopolita da cidade”. Apesar disso, deixa um apelo a quem acede à plataforma para que não se fique por aí: “Quem nos vê através de um clique, venha também até cá. Às vezes o que começa num clique acaba num acto de amor”, conclui. 

Para a directora da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, o projecto “é a prova de que áreas que, tradicionalmente, têm sido muito vistas como pouco úteis do ponto de vista social, como é o caso da História da Arte, uma cultura muito erudita, começam a mudar”. Lúcia Rosas, curadora do projecto, acredita que o projecto é um convite que “não mostra tudo, não se encerra em si mesmo, mas pretende envolver o visitante”.

Texto editado por Andrea Cunha Freitas

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