Arremesso de anões poderá voltar ao estado da Florida

A prática de arremesso de anões foi popular no estado americano da Florida até 1989, ano em que passou a ser proibida. Mas um político republicano quer agora reverter essa decisão e trazer de volta um espectáculo que consiste em pegar em anões e arremessá-los contra uma superfície que lhes ampare a queda.

Se nunca viu um espectáculo de arremesso de anões - o que é o mais provável - basta ir ao YouTube para perceber de que se trata. Sob a pesquisa dwarf tossing ou midget tossing - nenhuma das expressões é propriamente politicamente correcta - chega-se a uma série de vídeos onde se podem ver pessoas de estatura considerada normal a pegar em pessoas que sofrem de nanismo, arremessando-as para cima de um colchão insuflável ou qualquer outra superfície macia.

A prática não é de todo em todo digna para os anões, e por isso foi proibida em 1989 no estado da Florida. Mas o deputado republicano Ritch Workman pretende agora reavivar esta prática e explicou ao jornal Palm Beach Post os seus motivos: "Com esta economia, ou em qualquer economia, porque é que nós haveríamos de querer impedir as pessoas de arranjarem trabalho?"

Ou seja, a sua proposta é meramente laboral, até porque Workman considera a prática de arremesso de anões como algo "repulsivo e estúpido".

Workman classifica a decisão de 1989 de proibir esta prática como "um exemplo de um governo Big Brother". "Se uma pessoa quiser fazer isto, o estado não tem nada a ver com isso".

Foi precisamente por querer ganhar a vida desta forma que, em 2002, um anão francês lançou um apelo às Nações Unidas para contrariar a proibição imposta por França a esta actividade, alegando que isso o impedia de ganhar a vida e que, por isso mesmo, lhe retirava direitos. A ONU não atendeu aos seus argumentos e ele perdeu o caso, recorda o site da National Public Radio.

Perante este possível ressurgimento da prática de arremesso de anões no estado da Florida, Robert Van Etten (que sofre de nanismo) indicou ao "Herald Sun" que, antes de esta prática ser banida, o que acontecia era que os anões arremessados eram, na sua maioria, pessoas com problemas de alcoolismo e com pouca auto-estima. Ou seja, se esta prática voltar, ela poderá explorar pessoas já de si em condições de fragilidade.

Por outro lado, David Dodge, um consultor informático que sofre de nanismo, indicou ao mesmo jornal que esta prática é perigosa e que "a possibilidade de as pessoas ficarem paralisadas é grande". "E ser usado como um objecto para o divertimento das pessoas é muito degradante".

Por outro lado, a associação Little People of America - que defende os interesses das pessoas com nanismo - também já advertiu para os perigos de se reverter esta proibição.

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