Arménio Carlos diz que as três mil manifestações realizadas em 2012 deram resultados

"Aqui está o resultado da luta, camaradas!" No fim da marcha, em Lisboa, secretário-geral da CGTP defendeu que sem protestos na rua o TC não teria "a sensibilidade" que teve para chumbar medidas do Orçamento

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Enric Vives-Rubio
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Quando o "camarada secretário-geral da CGTP-IN Arménio Carlos" foi chamado ao palco para discursar, ainda havia gente a chegar com faixas e palavras de ordem às imediações da Assembleia da República. Uns cantavam "Grândola, Vila Morena", outros repetiam: "É só mais um empurrão e o Governo vai ao chão." Muitos pediam: "Está na hora do Governo ir embora."

A CGTP-IN reuniu neste sábado alguns milhares de trabalhadores, na última etapa da "marcha contra o empobrecimento" que na última semana percorreu o país — foram os suficientes para encherem o largo de São Bento numa tarde de sol.

Em frente ao Parlamento, Arménio Carlos saudou os "trabalhadores, jovens, desempregados, pensionistas e reformados", voltou a pedir eleições antecipadas, atacou o "sistema capitalista que multiplica os pobres para alimentar os ricos e poderosos", denunciou que, desde que o Governo tomou posse, "o país empobrece a um ritmo superior a 10 milhões de euros por dia".

Falou ainda da decisão do Tribunal Constitucional relativamente ao Orçamento do Estado. E disse que, não fosse a luta nas ruas ("mais de 3 mil manifestações em 2012", contabilizou), provavelmente este não teria "a mesma sensibilidade para chumbar" o corte de subsídios de férias de funcionários públicos e dos pensionistas. "Aqui está o resultado da luta, camaradas!"

E continuou: "Não é a Constituição da República que está desligada da realidade, quem se encontra desfasado do sentir, pulsar e viver do país é o Governo."

Arménio Carlos deixou claro que a carta que Passos Coelho enviou à troika "assumindo novos cortes nos salários dos trabalhadores da administração pública, nos direitos laborais e no direito de acesso à saúde e à protecção social" merecem o repúdio da CGTP. Que "não subscreverá qualquer medida que tenha como finalidade a concretização deste objectivo".

E no fim voltou a pedir eleições: "Os problemas do país não se resolvem com remodelações que mais não visam que mudar de ministros para prosseguir a mesma política. Para a CGTP-IN é preciso dar a palavra aos portugueses."

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