Apenas seis de 23 parques de estacionamento de Lisboa e Porto estão em boas condições

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A Deco informa que sete dos parques precisam de intervenção urgente Paulo Pimenta

De um total de 23 parques de estacionamento subterrâneos inspeccionados pela Deco Proteste na zona de Lisboa e do Porto, apenas seis estavam em boas condições. Dentro dos 17 que tiveram nota negativa há ainda sete a precisarem de obras urgentes, em especial para permitirem uma evacuação rápida e segura.

O estudo divulgado hoje foi conduzido pela revista Deco Proteste e mostrou também que “a falta de saídas para o exterior ou zona protegida e caminhos longos e confusos penalizam alguns parques”. Há mesmo muitos parques que não têm saídas para o exterior ou que comunicam com locais desprotegidos, por exemplo, de um centro comercial, o que pode trazer graves consequências em caso de incêndio.

De acordo com as conclusões do estudo, oito parques não dispunham de aspersores de água automáticos nos tectos de toda a área de estacionamento – um dispositivo essencial em caso de incêndio e obrigatório em países como os Estados Unidos ou a Nova Zelândia.

“Só seis parques têm compartimentação nas rampas entre pisos com porta corta-fogo”, escreve a revista, que adianta também que a protecção das entradas e saídas para escadas e elevadores é, regra geral, insuficiente. Na maioria dos casos existe apenas uma porta de vidro, incapaz de travar um fogo.

Apesar dos meios técnicos que actualmente existem, a lei que entrou em vigor no ano passado não obriga os gestores e proprietários de edifícios construídos antes de 2009 a proceder a modificações. “Só prevê medidas de auto-protecção, como formação e simulacros para alguns, o que é insuficiente”, defende o estudo. A Deco já alertou o Autoridade Nacional de Protecção Civil e pediu ao Ministério da Administração interna para alterar a lei.

O trabalho foi realizado em 23 parques de estacionamento subterrâneos com nove mil lugares entre Agosto e Setembro de 2009 e avaliou as condições de segurança contra incêndio, evacuação e riscos de colisão, para peões e carros.

Nenhum dos parques obteve “Muito Bom” na classificação. Com “Bom” ficaram os parques dos Restauradores e Marquês de Pombal, em Lisboa, e o parque da Cordoaria, no Porto. Com “Médio”, em Lisboa, ficaram os parques Camões e Campo Pequeno e no Porto o D. João I. O estudo classificou como medíocres, em Lisboa, os parques dos centros comerciais Dolce Vita Tejo, El Corte Inglês e Galerias Atrium Saldanha. No Porto foram os parques do Norteshopping, El Corte Inglês de Gaia, Praça de Lisboa, Arrábida Shopping, Gaia Shopping, Maia Shopping e Dolce Vita Antas. O “Mau” ficou para o Amoreiras Shopping Center, Vasco da Gama, Spacio Shopping Center, Almada Fórum, Colombo e Alegro Alfragide, em Lisboa, e Marshopping, no Porto.

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