Anonymous publicam lista “de carros descaracterizados da PSP e da GNR”
Forças de segurança desconhecem se dados são verdadeiros ou falsos, mas desvalorizam a publicação. Não sabem de ataques informáticos às suas redes.
Membros do grupo Anonymous Portugal publicaram no Facebook uma lista com informações de mais de 300 veículos que afirmam ser carros descaracterizados usados pela PSP e pela GNR na “caça à multa”. Porta-vozes das duas forças de segurança dizem desconhecer a listagem e se os dados são verdadeiros, mas desvalorizam a divulgação da informação.
A lista foi publicada pouco depois das 13h deste sábado pelo utilizador SideKingdom12 com a seguinte justificação: “Se eu uso uma máscara para me proteger deste regime, e sou criminoso, também eles têm que ser desmascarados por andarem à caça de multas”. De seguida surgem os dados, com o título Listagem completa de carros descaracterizados PSP e GNR.
A lista é composta por 307 carros identificados pela marca, pela cor e, a maioria, também pela matrícula. Os dados incluem ainda as vias onde alegadamente estão estes veículos em operações de fiscalização.
Umas horas depois o site Radares de Portugal acusou os Anonymous Portugal de plágio, por ter divulgado uma lista “ligeiramente alterada” face a uma outra publicada por aquele site, em Janeiro. A mensagem do site que divulga os locais onde estão instalados radares da polícia adianta ainda que a nova lista não contém “informação credível” e critica os Anonymous por não terem anunciado a origem da informação.
O porta-voz da PSP, o subintendente Paulo Flor, diz desconhecer se a lista em causa é verdadeira e desvaloriza a importância de uma informação que garante não ser sigilosa. “Não são os carros descaracterizados que garantem o sucesso das nossas operações, mas o modo como elas são realizadas”, sustenta. O subintendente recorda que, actualmente, 80% dos radares de velocidade são fixos e a sua localização é conhecida, o que segundo diz não fez diminuir o número de infracções detectadas.
O major Marco Cruz, porta-voz da GNR, também desconhece a lista, não podendo afirmar, por isso, se é verdadeira ou falsa. Mas assegura que não conhece nenhum ataque informático às redes daquela polícia e desvaloriza o valor da informação. “Essa ideia de caça à multa é um conceito com o qual não nos identificamos há muito. Hoje em dia divulgamos grande parte das nossas operações devido ao seu efeito preventivo”, recorda.