Alunos do 4.º e do 6.º terão segunda oportunidade para passar de ano
Com um peso de 30% na classificação final, as provas que os alunos vão fazer esta semana ainda não são decisivas. Fica a faltar a 2.ª fase, que no ano passado salvou da retenção 652 estudantes do 4.º ano.
As cerca de 220 mil crianças que esta semana fazem provas nacionais sabem que, mesmo que algo corra mal na segunda e na quarta-feira, nada está perdido. À semelhança do que já aconteceu no ano passado com os alunos do 4.º ano, os do 6.º também terão direito a uma segunda oportunidade, após um período de apoio extraordinário, que se prolongará pelas férias dos colegas. Em 2013 foram 652 os alunos que ficaram retidos na primeira fase e obtiveram aprovação na segunda, mas houve pais que preferiram não correr o risco de os filhos passarem “coxos” a alguma disciplina, contam directores escolares.
No 4.º ano os alunos que tenham classificação negativa simultaneamente a Matemática e a Português ficam retidos. E o mesmo acontece àqueles que tenham nota inferior a 3 em Português ou em Matemática e simultaneamente menção não satisfatória nas outras áreas disciplinares. No 6.º não obtêm aprovação os estudantes que tiverem simultaneamente classificação inferior a 3 nas disciplinas de Português e Matemática ou classificação negativa em três ou mais disciplinas. Para uns e para outros as contas definitivas terão de ser feitas a 25 de Julho, quando forem afixados os resultados da 2.ª fase.
Como mais uma vez explicou o Ministério da Educação e Ciência esta sexta-feira, num comunicado sobre os exames, “o período de acompanhamento extraordinário” decorre na própria escola, e “visa permitir uma segunda oportunidade aos alunos que revelam maiores fragilidades, procurando consolidar os conhecimentos e capacidades nas duas áreas estruturantes do currículo”.
Desde que os pais não se oponham, após a realização das reuniões de avaliação, já com o conhecimento e com a ponderação dos resultados da primeira fase das provas, os não aprovados têm direito a um acompanhamento mais direccionado dos professores”, até 4 de Julho. Repetem as provas de Português e de Matemática, se assim o desejarem, a 9 e a 14 de Julho, respectivamente.
Segundo dados do MEC, em 2013 houve 652 estudantes, ou seja, 20 por cento dos alunos do 4.º ano que teriam ficado retidos, que acabaram por transitar para o 5.º. Os dirigentes das duas associações de dirigentes escolares, Filinto Lima e Manuel Pereira, questionam, ainda assim, se esses estudantes não teriam o mesmo resultado se os exames não se realizassem em Maio.
“Dar aos alunos uma segunda oportunidade é mais do que positivo, claro. Mas se as aulas decorressem normalmente e os exames fossem mais tarde, em Junho, ela seria igualmente necessária?”, pergunta Filinto Lima, da Associação Nacional de Agrupamentos e Escolas Públicas (Andaep). “Os alunos que realmente não estão em condições de passar não recuperam em três semanas. Os pais têm tal noção de que assim é que, no ano passado, foram muitos os que recusaram essa segunda oportunidade”, comentou Manuel Pereira, da Associação Nacional de Dirigentes Escolares.
Em 2013, segundo dados do MEC, chumbaram, após a primeira fase, 3856 estudantes do 4.º ano. Agora, que vai a exame o mesmo número de alunos do 1.º ciclo, cerca de 110 mil, a quantidade de retenções pode aumentar. Isto porque, à semelhança do que já acontece no 6.º ano, o exame passa a ter um peso de 30% na classificação final. Isso significa que em 2013, quando a prova final valia 25%, um aluno com 3 na frequência e 1 no exame continuaria com 3; agora, se tiver as mesmas notas, fica com 2, negativa. Na segunda fase a prova vale 100%, pelo que basta o 3 para passar.