O Alentejo é a região do país com mais suicídios mas ainda não há conclusões definitivas sobre o número e as causas que levam a este flagelo. Será a crise, o isolamento e a depressão as principais causas? É precisamente para encontrar respostas a esta pergunta que começou nesta quinta-feira, em Serpa, o 2º Congresso da Associação Psiquiátrica Alentejana (APA).

“O que pretendemos é dar atenção à saúde mental no Alentejo, pois estamos preocupados com as taxas de suicídio, que de uma forma repetida durante várias décadas, se encontram em níveis intoleráveis”, afirmou ao PÚBLICO, Luís Gamito, vice-presidente da APA.

Salientando que os dados actualizados sobre o número de suicídios na região só serão divulgados no sábado, Luís Gamito referiu que não “há dados que permitam retirar uma conclusão objectiva” sobre se a crise económica e social tem levado a um agravamento da taxa.

“Embora noutros países a crise económica e a miséria geram aumentos de suicídios, às vezes, há circunstâncias e territórios em que isso não acontece exactamente. Em Portugal, eu julgo que sim, mas vamos ver”, explicou.

A importância da psiquiatria na crise e a importância das tecnologias de informação e comunicação serão outros dos temas que marcam este congresso, que termina no sábado.