Alargado até ao dia 30 o prazo para pedir certificado de teste de inglês

O Instituto de Avaliação Educativa abriu um novo período de inscrição para a obtenção do certificado associado ao teste, mas nega que tal se deva à falta de disponibilidade financeira dos pais.

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As escolas recusam perder verbas para o ensino superior Paulo Pimenta

Cerca de 121 mil alunos deverão realizar a prova de inglês certificada por Cambridge, tendo sido novamente alargado o prazo de inscrição, até dia 30, para quem pretende obter o certificado da instituição britânica, foi anunciado nesta quinta-feira.

O Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) decidiu abrir um novo período de inscrição para a obtenção do certificado associado ao teste Key for Schools, mas não admite que a medida esteja relacionada com falta de interesse ou de disponibilidade financeira dos pais.

Por níveis de ensino, segundo dados do IAVE, inscreveram-se para o certificado 13 por cento dos alunos abaixo do 9.º ano, 21 por cento acima do 9.º ano e 66 por cento do 9.º ano, o ano em que é obrigatório fazer o teste. Por escalões de Acção Social, inscreveram-se 26 por cento dos alunos do escalão A, do escalão B apenas 15 por cento e sem escalão 59 por cento. As inscrições podem ainda ser feitas até ao fim do mês (30 de Abril).

Em comunicado, o IAVE diz que a decisão se prende com “inúmeros pedidos” que tem recebido, de pais e encarregados de educação, que “não conseguiram formalizar a inscrição” até ao momento, tendo o teste sido anunciado no ano passado.

O teste, cujo certificado custa 25 euros, é facultativo para os alunos do 6.º, 7.º, 8.º, 10.º, 11.º e 12.º anos.

Os alunos abrangidos pelo escalão A da Acção Social não pagam e os do escalão B pagam metade do preço do certificado. O pagamento pode ser feito até 9 de Maio.

O Key for Schools Portugal é um projecto que aplica nas escolas portuguesas este ano um teste de língua inglesa concebido pelo Cambridge English Language Assessment.

O recurso exclusivo a entidades privadas para financiar a criação em Portugal da prova de diagnóstico de inglês para alunos do 9.º ano é “único”, admitiu em Fevereiro o director do departamento de avaliação daquela instituição.

Além de ser um projecto inovador, afirmou Nigel Pike à agência Lusa, “é único porque temos uma fundação educacional de patrocinadores que vão providenciar o serviço para os estudantes. Temos exemplos de experiências semelhantes, mas não a esta dimensão”.

Este mês, o Ministério da Educação e Ciência mandou investigar uma denúncia de alegadas utilizações de escolas por parte de empresas privadas que tentariam vender formação de inglês para ajudar os alunos a fazer o teste.

A denúncia surgiu em vários blogues, que descreveram situações em escolas públicas, onde várias famílias estariam a ser convencidas a assinar contratos de fidelização de três anos com empresas privadas que se ofereciam para ensinar inglês.

As condições para classificação dos testes de diagnóstico do 9.º ano, assim como os direitos e deveres dos professores classificadores foram publicados em Diário da República há um mês, prevendo-se dispensas para os docentes que avaliem as provas. O despacho é assinado pelo secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, João Grancho.

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