Agricultura biológica cresce em Portugal mas com falta de apoios

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O que encarece os produtos biológicos é o facto de a oferta ser inferior à procura DR

A agricultura biológica tem crescido "muito" em Portugal, mas continuam a faltar ajudas financeiras do Governo em caso de catástrofe natural, lamentou hoje a presidente da Associação Nacional de Agricultores Biológicos (Bio-Ana).

Maria Palmeira Gonçalves afirmou que "o número de agricultores biológicos atinge já as largas centenas em todo o país, contudo as ajudas são poucas". "Os apoios que temos estão enquadrados dentro das medidas agro-ambientais do III Quadro Comunitário de Apoio (QCA), que por sinal é muito confuso", frisou Maria Palmeira Gonçalves, durante um colóquio sobre o tema, que decorre hoje e amanhã no Palácio Valenças, em Sintra.
A responsável considerou que a agricultura biológica "é uma agricultura sustentável" e, como tal, "deve ser assumida em pleno pelo poder central", cita a Lusa.
O colóquio em Sintra também publicita a primeira feira de produtos de agricultores biológicos, que decorre até amanhã no Parque da Liberdade, na vila de Sintra. Um dos produtos em exibição é a ainda pouco conhecida carne biológica. Esta "dá garantias de excelente qualidade, uma vez que os animais [bovinos, caprinos e suínos] são alimentados única e exclusivamente com produtos biológicos", explicou a presidente da Bio-Ana.
Questionada sobre o preço dos produtos biológicos, Maria Palmeira Gonçalves afirmou que "o produto biológico é, com certeza, mais caro, mas o seu preço não tem de ser tão elevado como actualmente acontece. O problema é que a oferta é inferior à procura".
As maiores plantações de agricultura biológica situam-se no Alentejo e Algarve, sendo a maioria dos agricultores portugueses. "Aquela ideia de que é o estrangeiro de pé descalço que aposta na agricultura biológica em Portugal está completamente errada", assegurou Maria Palmeira Gonçalves, precisando que em cada 200 agricultores apenas dois são estrangeiros.

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