Zangam-se as comadres...

Ao segundo sentido, conforme o dicionário, “família” corresponde ao “conjunto de pessoas do mesmo sangue ou ligadas por aliança, como: pais, filhos, avós, tios, irmãos, primos sobrinhos, etc”.

Na explicação para “de família”, registam-se dois exemplos: a) “Relativo exclusivamente aos membros da família, sem incluir estranhos” — “um negócio de família”; b) “Que pertence à família, que provém de familiares” — “bens de família”.

Já para a expressão “ficar em família”, o sentido é: “Não revelar a pessoas estranhas, ficar reservado apenas aos familiares mais íntimos” — “o caso fica em família, ninguém mais deve saber”. Foi o que a “família” Espírito Santo conseguiu durante muito tempo relativamente ao exercício do banco com o seu nome. Mais conhecido pela sigla BES.

O dicionário também descodifica a expressão “ser de boas famílias”, ou seja, “pertencer a família abastada ou socialmente considerada”. Mas também estas se desentendem e mais ainda quando a luta pelo poder se sobrepõe a qualquer desejo de harmonia familiar. Ricardo Salgado e o primo José Maria Ricciardi iniciaram uma guerra e continuam desavindos. E os segredos já não conseguem ficar “em família”.

“Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades” é um ditado demasiado popularucho para quem pertence a “boas famílias”. Mas pode ser adaptado, elevando-se ao estatuto Espírito Santo: “Zangam-se os primos banqueiros, descobrem-se os ilícitos dinheiros.”

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