Publicidade vai crescer 4,4% este ano, com “empurrão” do vídeo online

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Criador dos pop-up diz que é tempo de modelos de negócio para lá da publicidade Rui Gaudêncio

O investimento mundial em publicidade vai aumentar este ano 4,4%, estimando-se que se cifre em cerca de 544 mil milhões de dólares, de acordo com a última previsão da ZenithOptimedia, uma das maiores agências de meios do mundo. O empurrão será suportado pela força crescente da internet, em especial pelo vídeo online.

No seu relatório da Primavera, a ZenithOptimedia revê em baixa as previsões que fizera em Dezembro tanto para este ano (há três meses previa 4,9%) como para 2016 (5,6%) em especial devido ao agravamento da recessão económica na Rússia, Ucrânia e na Bielorrússia, e também pelo abrandamento do crescimento na China.

Além dos 4,4% de crescimento mundial este ano, a agência conta com um aumento de 5,3% no próximo ano devido aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e às eleições presidenciais norte-americanas, em Novembro. Dada a ausência de grandes eventos em 2017, estima-se que nesse ano a taxa de crescimento sofra uma desaceleração para os 4,8%.

Ainda assim, realça a ZenithOptimedia, as previsões para estes três anos ficam acima do crescimento médio anual dos últimos 20 anos, que foi de cerca de 4,2%, e são bem mais altas que os 2,8% registados na última década.

Na distribuição por suporte, a agência de meios prevê que as edições em papel de jornais e revistas seja o sector mais afectado entre os anos de 2014 e 2017. Nesse período, os jornais e revistas deverão perder, respectivamente, 6,2 mil milhões de dólares e 2,7 mil milhões.

A publicidade móvel, ou seja, a destinada a dispositivos móveis como telemóveis e tablets, está a crescer a uma velocidade nove vezes mais alta do que a internet em computadores de secretária. “Prevemos que a publicidade móvel cresça a uma média anual de 39,8% entre 2014 e 2107, potenciada pelo rápido crescimento do mercado de aparelhos móveis e as melhorias em termos de uso. Pelo contrário, estimamos que a publicidade na internet nos computadores tradicionais cresça a uma média de apenas 4,6% ao ano”, lê-se no relatório da agência de meios.

“A categoria com crescimento mais rápido é a do vídeo online, graças à explosão do consumo do vídeo móvel e à difusão de equipamento com ligação à internet como as smart TV e consolas de jogos. Os smartphones têm ecrãs maiores e melhores, e a tecnologia como o 4G melhoraram a velocidade de ligação”, diz a ZenithOptimedia. A empresa prevê que o mercado do vídeo online cresça a um ritmo de 29% ao ano até 2017, quando deverá atingir os 23,3 mil milhões de dólares.

Se as notícias para o sector dos media são boas a nível mundial, para Portugal e boa parte da Europa central e ocidental os valores são abaixo da média – prevê-se que o crescimento seja de 2,8%. A ZenithOptimedia recorda que nos últimos anos os mercados publicitários periféricos da zona euro têm tido as piores performances da Europa. “Entre 2007 e 2013, o investimento publicitário caiu 28% em Itália, 41% na Irlanda, 43% em Portugal, 47% em Espanha e 62% na Grécia.” Enquanto isso, os principais mercados como a França e a Alemanha caíram apenas 2 e 3%, respectivamente.

“No entanto, a Grécia, Portugal, Espanha e Irlanda começaram a registar forte recuperação em 2014, e nos próximos anos esperamos que ultrapassem a média da Europa Ocidental e Central, especialmente pelo facto de terem bases já de si muito baixas.” Isso já se começou a sentir em 2014, ano em que os números destes países contribuíram para o crescimento de 2,9% em 2014, depois de o ano anterior ter ainda sido de quebra (-0,8%).

Agora, será a vez de mercados como a França ficarem em contraciclo, com uma quebra média anual de 0,3% entre 2014 e 2017, ou da Itália, a crescer apenas 0,3%, abaixo da média de 1,8% da zona euro. A zona periférica terá, no entanto, a ajuda do Reino Unido, país com um crescimento estimado de 8,4% em 2014 e 2105.

Olhando para o top 10 dos países com maior despesa publicitária em 2014, os Estados Unidos continuam a liderar de longe, com 176 mil milhões de dólares. Mas a China (45,4 mil milhões) ultrapassou o Japão por cerca de 400 milhões de dólares. A Alemanha surge em 4º lugar, com 24,6 mil milhões de dólares, seguida pelo Reino Unido (22,6), Brasil (15,7 – ajudado pelo Campeonato do Mundo de Futebol), França (13,1), Austrália (12,3), Coreia do Sul (11,4) e Canadá (11 mil milhões).

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