Portas reafirma disponibilidade do Governo para acordo com o PS sobre reforma do IRC

Vice-primeiro ministro inaugurou relógio que regista o tempo que falta para a troika sair de Portugal.

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O relógio hoje inaugurado por Portas será transferido para a sede do partido, em Lisboa Fernando Veludo/NFactos

Dois dias depois de António José Seguro ter afirmado, em Gondomar, que foi a pensar nas PME que o PS evitou a votação da reforma do IRC, o presidente do CDS-PP e vice-primeiro ministro, Paulo Portas, manifestou neste domingo a disponibilidade do Governo para chegar a um acordo com os socialistas em matéria de Imposto sobre Rendimento de Pessoas Colectivas.

Nas Caldas da Rainha, onde se deslocou para o encerramento do XX Congresso Nacional da Juventude Popular, Portas afirmou: “Parece-me consensual que a reforma do Imposto sobre o Rendimento Colectivo [IRC] é boa para as micro e pequenas empresas porque vão pagar menos impostos, é incentivadora e protectora das médias empresas e das exportadoras. Não será tão positiva para as grandes por razões de equidade fiscal”.

A votação final da reforma está marcada para o dia 20 de Dezembro, mas ainda faltam alguns pontos para se chegar a um acordo. No entanto, sublinhou Paulo Portas, existe disponibilidade do Governo para um acordo com o PS.

“Se todos tivermos vontade chegaremos [a acordo]”, reiterou, citado pela agência Lusa, sublinhando que, mesmo sendo “menos generosa para as grandes empresas, a reforma “é um sinal importante para haver crescimento”.

Falando para uma plateia de 450 congressistas, Paulo Portas declarou que Portugal precisa de ter mais cultura de negociação política e que, em democracia, sentar-se à mesa com o adversário não é "pecado", mas "serviço" ao país.

"Eu sou daqueles que acham que Portugal precisa de ter mais cultura de negociação política", disse, considerando que sentar-se à mesa "com o adversário, em democracia, não é pecado, é trabalho".

"Sentar-se à mesa com pessoas que não pensam como nós, para procurar um bom acordo para o país em certas áreas, não é vergonha, é serviço a Portugal", enfatizou o líder do CDS, defendendo uma "atitude de boa-fé" que deve comprometer "todos aqueles que aspiram a governar" o país.

"Os partidos do arco da governabilidade também fazem parte do arco da responsabilidade", disse o também vice-primeiro-ministro, para perguntar: “Quem pode ficar infeliz com os indicadores que demonstram que Portugal saiu da recessão técnica?".

Nas Caldas da Rainha, onde encerrou o XX Congresso Nacional da Juventude Popular, Portas inaugurou um relógio para fazer a contagem decrescente do tempo que falta para a troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) deixar Portugal. O relógio vai ser transferido para o Largo do Caldas, em Lisboa, onde está instalada a sede do CDS.

O presidente do CDS salientou, todavia, que a saída da troika de Portugal não representa o fim das dificuldades para o país. Apesar disso, evidenciou o crescimento da economia, o aumento das exportações e os resultados positivos de sectores como o turismo para demonstrar que não terão sido em vão "os sacrifícios e esforços" exigidos aos portugueses nos últimos anos.
 
 
 

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