Ministro Poiares Maduro diz que RTP2 “não tem coerência e identidade própria”

Governante afirma que os objectivos do canal Internacional têm que ser repensados e que se deve definir se se pretende que a RTP seja um produtor ou agregador de conteúdos.

O ministro que tutela a TV e rádio públicas considera que a RTP2 é um canal que "não tem coerência e uma identidade própria". “O modelo da RTP2 tal como está não funciona porque são várias televisões dentro da mesma televisão.”

Miguel Poiares Maduro, ouvido esta quarta-feira na comissão parlamentar de Ética, afirmou que o modelo da RTP2 deve ser alterado, o que vai acontecer na sequência daquilo que ficar definido no contrato de concessão do serviço público que está a ser revisto pelo seu gabinete.<_o3a_p>

“Temos que procurar ter um serviço público de elevada qualidade ao mesmo tempo que procuramos responder à solicitação do público. Mas não podemos deixar que isso leve a RTP para um modelo tão híbrido que não é uma coisa nem outra”, defendeu o ministro, secundando uma opinião do deputado centrista Raul de Almeida que afirmara que a RTP, além de cumprir o serviço público, deve manter a sua “atractividade” perante o público. <_o3a_p>

O governante defendeu também que é "importante repensar a RTP Internacional e a RTP África desde logo quanto aos objectivos que estes canais devem cumprir enquanto serviço público de televisão".<_o3a_p>

“Tenho dúvidas que a RTP Internacional deva ser concebida como um canal destinado aos portugueses que vivem no estrangeiro”, disse o ministro, citando a sua experiência pessoal como português que viveu largos anos em diversos países.<_o3a_p>

“Hoje é fácil para os portugueses [imigrados] terem os canais nacionais por satélite, por isso, o tipo de audiência que levou a pensar a RTPi em determinado modelo – o de ser o único meio de comunicação para as comunidades lusófonas no estrangeiro - já não precisa dele. Até que ponto faz sentido manter a RTP Internacional assim?”, questionou o ministro, para logo a seguir defender que é preciso “pensar em novas estratégias e novas formas complementares de financiamento”.

 

RTP como produtor ou agregador de conteúdos?<_o3a_p>

Questionado e criticado com insistência sobre o financiamento da RTP, o ministro chegou a dizer que a oposição só quer resolver os problemas do serviço público atirando dinheiro para a empresa. Miguel Poiares Maduro vincou que tanto a RTP como a Lusa ou as restantes empresas públicas terão que, por si, cada vez mais encontrar novas opções para conseguir receitas.<_o3a_p>

Sobre a obrigação de fomento da capacidade de produção audiovisual que também consta da missão de serviço público, o ministro afirmou ser necessário que se defina se a RTP “deve ser predominantemente um agregador de conteúdos ou um produtor de conteúdos para promover a produção audiovisual independente”. “Essa opção deve ser feita”, vincou.<_o3a_p>

Questionado sobre os canais regionais dos Açores e da Madeira, assim como sobre o centro de produção do Porto, Poiares Maduro disse que vai visitar os três locais em breve e só depois poderá decidir e anunciar novas estratégias. Mas não tem dúvidas sobre o Porto. “Há uma decisão estrutural que já tenho: é necessário que continue a existir no Porto um centro de massa crítica e de produção ligada à RTP e não apenas uma delegação de informação”.<_o3a_p>
 

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