Jornalistas do PÚBLICO vencem Prémio Gazeta

Manuel Carvalho e Manuel Roberto premiados por uma série de onze reportagens em Moçambique.

Foto
Imagem captada por Manuel Roberto durante a reportagem em Moçambique Manuel Roberto

O jornalista Manuel Carvalho e o fotojornalista Manuel Roberto venceram o Prémio Gazeta 2014 de Imprensa por uma série de onze reportagens em Moçambique, publicada no âmbito de um especial sobre a I Guerra Mundial.

“O trabalho premiado, A Guerra que Portugal quis esquecer [título do primeiro texto], série de 'reportagens históricas' publicadas no PÚBLICO, resgata do esquecimento o trágico confronto dos militares portugueses com as tropas alemãs, durante a I Grande Guerra, no Norte de Moçambique. A recuperação de relatos e reflexões de participantes e estudiosos cruza-se, no próprio local dos acontecimentos, com testemunhos actuais, herdeiros de uma tradição oral que nos reconduz aos acontecimentos de então, dando assim corpo a uma investigação jornalística digna das melhores tradições da nossa imprensa e que hoje, mais do que nunca, importa preservar”, diz o comunicado do júri, publicado nesta terça-feira.

Manuel Carvalho e Manuel Roberto fizeram mais de 2500 quilómetros em Moçambique, à procura de testemunhos dessa guerra esquecida.

Inicialmente o prémio Gazeta Revelação foi atribuído à jornalista Vânia Maia (Visão) pela reportagem Kiruba veio estudar para Lisboa, sobre o aumento expressivo do número de estudantes estrangeiros que, ao abrigo do programa Erasmus, frequentam universidades portuguesas.

Mas o júri anulou esta decisão nesta quinta-feira, "após confirmação da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista de que a autora do trabalho vencedor não respeitava um dos requisitos do regulamento, designadamente, o de não possuir título profissional há menos de dois anos". "Lamentando o ocorrido e compreendendo a boa-fé da concorrente, ciente de que a idade inferior a 30 anos era o único requisito, o júri deliberou atribuir o Gazeta Revelação a Fábio Monteiro pelo trabalho Pendurados num Sonho, publicado no Observador e que narra a odisseia e drama dos milhares de imigrantes que entram anualmente na Europa através das cidades espanholas autónomas Melilha e Ceuta, na costa Norte de África.

O Gazeta Multimédia distinguiu Catarina Santos (Rádio Renascença) pelo trabalho A sul da sorte, sobre “o drama de milhares de migrantes que todos os dias tentam chegar à Europa, fugidos da Líbia, da Síria ou de outras terras onde há muito nada se espera”.

António Cotrim (Lusa) venceu o Gazeta de Fotografia por uma imagem captada no resgate, por helicóptero, dos corpos do casal polaco, caídos no Cabo da Roca no Verão de 2014.

O Gazeta de Televisão foi para Pedro Coelho (SIC) pela reportagem Depois da Fraude, sobre a herança do BPN, e o prémio Gazeta de Rádio distinguiu Mário Galego (Antena 1) pela reportagem Cante da Humanidade, que “narra, de forma eloquente e emotiva, apoiada em múltiplos e significativos registos sonoros, a viagem de autocarro e a intervenção, na sede da UNESCO, em Paris, do grupo coral de Serpa, após a consagração do cante alentejano como património cultural e imaterial da humanidade”.

O jornal Soberania do Povo (Águeda) venceu o Gazeta Imprensa Regional e Fernando Paulouro Neves, director do Jornal do Fundão até 2012, venceu o Gazeta de Mérito.

Os Gazeta são os mais importantes prémios de jornalismo em Portugal e são atribuídos pelo Clube de Jornalistas (CJ). O júri foi formado por Eugénio Alves (CJ), Cesário Borga (CJ), Elizabete Caramelo (docente universitária), Fernando Cascais (docente universitário e Cenjor), Fernando Correia (jornalista e docente universitário) Jorge Leitão Ramos (crítico de cinema e televisão), José Rebelo (docente universitário) e Paulo Martins (docente universitário e membro da Comissão da Carteira).
 

Aqui ficam as onze reportagens que deram o prémio aos jornalistas do PÚBLICO:

A Grande Guerra que Portugal quis esquecer

A guerra inevitável nas colónias portuguesas

Os “filhos espúrios” que a República enviou para o Niassa

O convívio com a morte na baía do Tungue
 
À procura do inimigo, do outro lado do rio

Nevala, um forte longe de mais

Oito “negros e amargurados” dias durou o cerco

Os soldados privados do eterno descanso

A coluna dos penitentes

Tudo se desmoronou em Negomano

A última derrocada

Notícia actualizada às 12h15 de 9 de Julho de 2015, com informação de que Prémio Gazeta Revelação foi retirado a jornalista da Visão e entregue a um jornalista do Observador

Sugerir correcção
Comentar