A RTP terá de cortar 21 milhões de euros nas despesas com pessoal até ao final de 2014. É essa a meta prevista no plano de desenvolvimento da RTP, que o ministro com a tutela desta empresa, Miguel Relvas, apresenta nesta quarta-feira aos deputados na Assembleia da República.

As metas contidas nesse documento de quase 40 páginas são avançadas pela edição do dia do Diário Económico. Segundo este jornal, nas projecções financeiras até 2016, esse documento refere-se a um aumento da contribuição audiovisual – paga pelos portugueses através da factura de electricidade – de 2% no último ano em análise.

Embora o processo de negociação entre a administração e a Comissão de Trabalhadores ainda não esteja concluído, o presidente da RTP também irá ao Parlamento na quinta-feira à tarde para explicar detalhadamente o plano.

O PÚBLICO apurou que a administração enviou na passada sexta-feira à CT uma nova nova versão do Plano de Desenvolvimento e Redimensionamento, que agora tem 36 páginas, exigindo que aquela comissão desse o seu parecer até segunda-feira, três dias depois. Desde então a CT e a equipa de Alberto da Ponte têm trocado correspondência mas ainda não está pronto o parecer, obrigatório por lei, dos representantes dos trabalhadores.

Apesar da troca de informações entre a CT e a administração, o documento que continua em cima da mesa é ainda muito vago. Embora estipule que a RTP terá que subsistir com um orçamento de 180 milhões de euros por ano e que a sua estrutura de custos e de pessoal tem que ser optimizada, não há indicação sobre o número ideal de trabalhadores.

Dos 42 milhões de euros que a reestruturação do grupo público de rádio e televisão vai custar - e que será financiado através do recurso à banca - 30 milhões serão usados para rescisões amigáveis.

Segundo o documento citado pelo Diário Económico, em 2014 a administração da RTP prevê atingir uma receita de 185 milhões de euros, dos quais 45 milhões em publicidade. Em termos de audiências, as metas são, no final de 2014, um share acumulado de 22% para RTP1 e RTP2. E uma audiência de 9% nas rádios (Antena 1, Antena 2 e Antena 3).