Fundação Champalimaud vai ter hospital do cancro em 2016

A nova ala do já existente centro clínico terá 26 quartos VIP para doentes com cancro que necessitem de internamento. O custo da obra, que arranca em Janeiro, rondará os dez milhões de euros.

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A Fundação Champalimaud, em Lisboa Pedro Cunha

A Fundação Champalimaud, em Lisboa, anunciou sexta-feira o arranque, em Janeiro de 2015, da construção de uma nova ala do seu centro clínico, que irá permitir, já em inícios de 2016, hospitalizar in loco doentes com cancro após uma intervenção cirúrgica.

No segundo andar do Centro Para o Desconhecido, o edifício onde funciona actualmente o hospital de dia para doentes com cancro da fundação, passará então a haver também um centro cirúrgico com internamento. Numa área de 3200 metros quadrados, contará com 26 quartos individuais de internamento, duas unidades de cuidados intensivos e cinco salas de recobro, todos eles distribuídos em torno de três salas de operações.

“O centro cirúrgico vai-nos tornar autónomos no tratamento de doentes com cancro”, disse em conferência de imprensa Leonor Beleza, presidente da fundação, salientando que, para além do alto nível dos cuidados médicos, os doentes também irão beneficiar de um “ambiente que puxe pelo moral”. De facto, todos os quartos de internamento deverão ter vista para o rio Tejo e uma mobília pensada para evocar o menos possível um hospital.

O “conceito de medicina interna” da fundação, esse, não se altera. “Temos uma filosofia de internamentos de curta duração” – e só quando necessário, frisou Leonor Beleza. “As pessoas continuarão a ser tratadas da maneira menos invasiva possível.”   

Quanto às condições de acesso dos doentes ao novo hospital, elas também não deverão mudar. “São as mesmas formas de acesso, o que existe não se altera”, disse ainda Leonor Beleza, lembrando tratar-se de doentes que beneficiem de subsistemas de saúde como a ADSE ou tenham um seguro médico. Portanto, continua sem existir um acordo com o serviço nacional de saúde.

Leonor Beleza apresentou também dois novos especialistas que vão trabalhar a tempo inteiro no Centro Clínico: o português Celso Matos, que foi nomeado Director de Imagiologia Clínica e Experimental – “um grande especialista de ressonância magnética e de cancro do pâncreas”, salientou Leonor Beleza –; e o cirurgião Amjad Parvaiz, que foi nomeado Director de Novas Técnicas Cirúrgicas. Trata-se de “um dos maiores especialistas de laparoscopia e de cirurgia robótica do mundo” e até aqui, trabalhava na Universidade de Portsmouth (Reino Unido).

A fundação contará ainda com a colaboração do gastroenterologista belga Jacques Devière, da Universidade Livre de Bruxelas, para liderar um centro de formação em técnicas endoscópicas. O objectivo deste centro, explicou Leonor Beleza, é tornar-se “uma escola de educação dos médicos europeus nas cirurgias menos invasivas” do cancro – ou seja, justamente, nas técnicas de cirurgia robótica.

A construção do novo centro de cirurgia, cujo custo total rondará os dez milhões de euros, será financiada “a 100% pela fundação”, disse ainda Leonor Beleza.

 

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