Força, Luís!

Os jornais diários são, mais do que o sangue, o oxigénio da vida livre.

Lembro-me muito bem do jornalista Luís Rosa, agora director do jornal diário i. Tive a sorte de trabalhar com ele n'O Independente, corria o ano de 2000.

Foi ele que escreveu a história sobre o helicóptero de um político do PS, do qual há muito me esqueci. Nuno Saraiva, esse maravilhoso artista e amigo, desenhou a história em comic strip e fizemos uma primeira página inesquecível.

O Luís Rosa fez-me lembrar o Joaquim Vieira. Era curioso, desconfiado, inteligente, enérgico e completamente honesto.

Luís Rosa é um jornalista saudavelmente viciado pela liberdade e pela verdade objectiva e subjectiva, tal como é percebida, sem grande esforço mas com nobreza de carácter, por cada um de nós que foge da mentira, comprada ou grátis.

Passaram-se quase década e meia e nunca mais o vi. Sempre gostei do jornal i mas agora vou gostar de lê-lo como director.

É muito difícil ser director de um jornal. É o contrário absoluto de se ser autor. Ser director não é dirigir: é impedir as várias forças activas de se assassinarem umas às outras.

Sofia Rodrigues, no PÚBLICO de anteontem, dava a notícia. O director substituído - Eduardo Oliveira e Silva - tem sido surpreendente e interessante há mais de dois anos de formidável trabalho.

Agora é a altura de Luís Rosa. É um bom augúrio. Os jornais diários são, mais do que o sangue, o oxigénio da vida livre; da vida democrática; da vida das opiniões misturadas com informações.

Força, Luís com os ideais e os pontos nos is!

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