Epístola, segundo António Costa, aos indecisos

Uma “carta” é “uma mensagem escrita que se dirige a alguém ou se recebe de alguém”. Quando se fala em “carta aberta”, a definição completa-se: “A que é dirigida em particular a alguém, mas ao mesmo tempo tornada pública ao ser divulgada num jornal.” Ou noutra publicação ou nas redes sociais (que o dicionário desconhecia).

Foi via Facebook que António Costa começou por dirigir a primeira de várias “epístolas” aos eleitores indecisos. Para “manter viva a chama de uma ‘campanha de proximidade’ com o eleitorado”, escreveu-se no PÚBLICO, no dia em que foi o escolhido para divulgar a terceira “missiva” do líder do PS. O segundo “escrito” teve publicação no Diário de Notícias, na terça-feira.

Falemos apenas destas três “cartas”: na primeira, apelou à participação dos cidadãos nas eleições; na segunda, convidou o eleitorado a “descobrir e valorizar as Índias e os Brasis que temos em nós”; na terceira, lembrou a importância do conhecimento e da inovação para o desenvolvimento. (Vinde a nós, tende confiança, acreditai no conhecimento e será vosso o reino da salvação...)

“Carta” também é nome de peixe. Informa o dicionário ser o “peixe-carta” o “pleuronecto de Portugal”: como o linguado, “de forma chata”.

Há muitas expressões em sentido figurado com “cartas”. Brinquemos: até que seja eleito e possa “dar as cartas” (ter poder para pôr e dispor sobre algo), um candidato deve “pôr as cartas na mesa” (falar claro, frontalmente), isto para não arriscar “ser uma carta fora do baralho” (não ter valor ou préstimo). No entanto, não poderá ter a certeza de vencer, mesmo que resolva “deitar as cartas” (praticar adivinhação, através da forma como as cartas de jogar se apresentam ao cartomante).

Ganhe quem ganhar, os eleitores continuarão a tentar “levar a carta ao Garcia”. Isto é, a “desenrascar-se”.

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