BE volta a favor na moção de censura do PEV

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Catarina Martins foi entrevistada por João Adelino Faria Pedro Cunha/Arquivo

A coordenadora do BE Catarina Martins antecipou nesta sexta-feira que o partido irá votar favoravelmente da moção de censura ao Governo anunciada pelo PEV, criticando Cavaco Silva por querer salvar o programa de ajustamento e não o país.

"Como sabem, na Assembleia da República vai ser apresentada uma moção de censura ao Governo. O Bloco de Esquerda acha que o Governo merece censura. Afirma-o com clareza. O Governo merece censura e lá estaremos a censurá-lo também", disse Catarina Martins, no primeiro comício de verão do Bloco de Esquerda, que hoje à noite decorreu em Matosinhos.

A deputada do PEV Heloísa Apolónia anunciou hoje a apresentação na próxima semana de uma moção de censura ao Governo, "cuja maioria não representa mais a população portuguesa", tendo a conferência de líderes agendado para a próxima quinta-feira o debate no parlamento desta moção.

A coordenadora do Bloco de Esquerda fez hoje à noite um discurso muito duro contra os acontecimentos políticos dos últimos dias e contra o Governo suportado pela coligação PSD/CDS-PP, executivo que "já morreu", considerando que "a política não é um jogo de cadeiras".

Na opinião de Catarina Martins, um dos sinais da morte do Governo é que "nem Cavaco Silva acredita nele", tendo questionado quais os objectivos do Presidente da República.

"Na realidade, a ele [Cavaco Silva] não lhe interessa nada salvar o país. O que lhe interessa sim é salvar o programa de ajustamento, é garantir que a austeridade continua. É por isso que quer os mesmos três partidos que assinaram o memorando da troika, quer os três juntos a preparar um segundo resgate para o nosso país que aí vem", denunciou.

A deputada do BE alertou que "Portugal está já a negociar um segundo resgate" e que, apesar do Presidente da República falar de salvação nacional, não é disso que se trata, mas sim de "salvar o programa de ajustamento".

Catarina Martins reiterou que "o Governo PSD/CDS acabou porque o programa de ajustamento falhou e essa foi a morte que Vítor Gaspar veio anunciar naquele que foi o único momento de sensatez na insensatez destes dois anos", considerando que o pedido de demissão de Paulo Portas "mostrou também a morte do Governo".

"Bem sabemos que o que Paulo Portas tem dito ao longo dos tempos não se escreve, mas é em todo o caso um sinal de que estes protagonistas não se entendem, não confiam uns nos outros, que ninguém pode confiar neles", sublinhou.

A coordenadora do BE insistiu ainda na necessidade da renegociação da dívida, considerando que este é um caminho inevitável e que vai acontecer "mais tarde ou mais cedo", tendo também reiterado a necessidade e urgência de haver eleições "já".

 

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