António Borges critica desigualdades na repartição dos sacrifícios

O consultor do Governo para as parcerias público-privadas diz que injustiças e impunidade estão na origem do descontentamento.

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O ex-dirigente do PSD é actual consultor do Governo de Passos Coelho Miguel Manso

O economista e conselheiro do Governo António Borges reconheceu este sábado que a distribuição dos sacrifícios pedidos aos portugueses não tem sido equitativa. Uns têm beneficiado muito com a política deste Governo e outros estão a ser prejudicados, afirmou o ex-dirigente do PSD.

Borges admitiu que esta diferença está na origem do descontentamento. “A crise é mais injusta, mais penosa e mais difícil e leva mesmo a sentimentos profundos de revolta que todos devemos sentir”, afirmou na abertura do encontro da Pastoral Social este sábado, acrescentando que “não foram os mais pobres” a beneficiar da política do Governo de Pedro Passos Coelho.

“Houve quem beneficiasse muito com esta política e não foram os mais pobres. (…) E houve também quem ficasse prejudicado em termos relativos e quem acabasse por ver a sua situação piorar ao longo do tempo”, continuou o economista que, no ano passado, defendeu o aumento da TSU e a redução "urgente" dos salários e recentemente falou do corte de quatro mil milhões de euros (nos objectivos do Governo) como uma “questão acessória”. “Infelizmente, muitas vezes, são aqueles que pagam mais nesta fase de ajustamento e correcção.”

Nas declarações, registadas pela SIC Notícias, António Borges, que é consultor do Governo para as parcerias público-privadas, concluiu: “Não há efectivamente uma distribuição equitativa das consequências e muitas vezes há mesmo muita, muita impunidade.”

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