Administração da RTP coloca manutenção na sua dependência directa

Equipa liderada por Alberto da Ponte justifica a necessidade de reorganização interna com as exigências do novo contrato de concessão.

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A subcomissão de trabalhadores sublinha que os 322 funcionários da RTP Porto representam 15,5% do universo da RTP Nelson Garrido (arquivo)

A administração da RTP integrou a manutenção técnica na sua directa dependência e incluiu na estrutura da direcção de produção a área de produção de informação, segundo as ordens de serviço divulgadas esta semana na empresa.

De acordo com a ordem de serviço divulgada na quarta-feira, dia 9, "o conselho de administração, na sua reunião de 1 de Abril de 2014, deliberou que a área de manutenção técnica, actualmente integrada na estrutura da direcção de produção, passa para a sua directa dependência".

A equipa de manutenção e de Emissores Norte (CPN) passam a integrar a área de manutenção técnica "directamente dependente do conselho de administração", refere a ordem de serviço, que produz efeitos desde o início do mês. Além disso, a administração decidiu incluir na estrutura de direcção de produção a área de produção e operações, actualmente integrada no Centro de Produção Norte (CPN). "Os trabalhadores não afectos à produção televisiva, designadamente realizadores e produtores da área da rádio e os jornalistas actualmente integrados na área de produção executiva do CPN passam para a dependência do director do CPN", Elíseo Oliveira.

Por outro lado, a administração decidiu ainda "incluir na estrutura da direcção de produção a área de produção de informação, com excepção do intercâmbio/UER e dos repórteres de imagem (jornalistas repórteres), actualmente integrada na direcção de informação de televisão".

A administração liderada por Alberto da Ponte adianta que "sem prejuízo de integração da edição na direcção de produção, os trabalhadores que a integram bem como os realizadores da área da produção de informação reportam funcionalmente à direcção de informação de televisão".

Na ordem de serviço sobre a nova estrutura organizativa da direcção de produção, a administração refere que "o exigente plano de transformação que a empresa tem em curso determina, entre outros propósitos, afectar recursos humanos ao processo de modernização que se quer sustentado, eficiente e com a qualidade necessária à prestação do serviço público".

A redução do número de trabalhadores registada nos últimos tempos, à qual acresce "a necessidade de desenvolver um novo modelo de serviço público exigente que requer meios técnicos e humanos capazes de o desenvolver, impõe soluções adequadas a esse desenvolvimento". Além disso, justifica ainda a equipa liderada por Alberto da Ponte, "o cumprimento das obrigações que decorrem do novo contrato de concessão de serviço público, em fase final de negociação, exige práticas ajustadas a essa realidade. Efectivamente, a obrigação de assegurar os meios de produção interna que permitam à RTP, autonomamente, actuar enquanto reguladora de um mercado de produção diversificado e competitivo, bem como a obrigatoriedade de assegurar os meios necessários à produção de informação, obriga a uma reorganização interna".

Em entrevista à Lusa há alguns dias, o presidente do conselho de administração da RTP disse que a externalização da manutenção "é um objectivo estratégico que consta do próprio Plano de Desenvolvimento e Redimensionamento", mas que ainda não há decisão. Sobre a produção, Alberto da Ponte afirmou que a externalização é "uma questão de tempo", embora tenha defendido que produção a da informação "deve ser completamente in house [interna]".

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