A solução dos Gato Fedorento para Portugal é... contratar Steven Seagal

Os humoristas regressaram ao horário nobre da SIC com dez minutos e a proposta de contratar um actor acabado para vir bater nos políticos.

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Os Gato Fedorento fizeram-se esperar - não só quatro anos desde Esmiuçam os Sufrágios na SIC, como o tempo de um Jornal da Noite que, ao fim de 90 minutos, só terminou às 21h32. E fizeram-se, e a nós, esperar, por apenas dez minutos, de um "coiso" que convocou Steven Seagal, rei do cinema xunga-trash dos anos 1990. O "coiso", chamado A Solução, viu o quarteto retomar o velho bordão da "cambada de gatunos" dos tempos da SIC Radical para definir os governantes portugueses.

A solução, segundo o resultado do “estudo aprofundado” da actual situação política? A contratação do actor americano, antigo treinador pessoal, para “dar um pontapé nas partes baixas de Pedro Passos Coelho” em troca de azeite, pastéis de nata, vinho e cortiça. E, como o orçamento não deu para ir tão longe, se a contribuição popular ajudar a compensar, então Seagal poderá também dar "um banano" em Paulo Portas. Os restantes membros do Governo terão de se contentar com Marco Borges, o famoso concorrente do Big Brother.

Para quem esperava o formato de fake news que a presença de Rodrigo Guedes de Carvalho como apresentador e os últimos programas regulares dos humoristas podiam dar a entender, A Solução não foi bem isso. O “coiso” esteve bem mais próximo do humor “no limite”, paredes-meias com o desconforto, que celebrizou Ricardo Araújo Pereira, José Diogo Quintela, Miguel Góis e Tiago Dores nos tempos da SIC Radical e do Zé Carlos.

A Solução levou ao limite do absurdo os receios de que a revolta dos portugueses com o estado das coisas possa levar à violência nas ruas (afinal, Steven Seagal pode dar uma coça em Passos Coelho, mas acha que provavelmente a Angela Merkel lhe dava uma coça a ele).

As primeiras reacções nas redes sociais nos minutos a seguir ao “coiso” não foram nada unânimes, com muitos espectadores a manifestar a sua decepção, quer com a curtíssima duração do programa (dez minutos) quer com o seu conteúdo.

Não foram poucos os que se apressaram a dar o quarteto de humoristas como definitivamente acabado, após quatro anos em que apenas surgiram conjuntamente em campanhas publicitárias. Mas, com ou sem graça (e já vimos os Gato Fedorento a terem mais do que aqui), não se vai falar de outra coisa durante o fim-de-semana. O que, não sendo “a solução”, terá pelo menos cumprido o principal objectivo deste “coiso”.

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