A nossa posição

Os Açores têm, para já, centenas de coisas (culturais, ecológicas, económicas e paisagísticas) para ensinar ao mundo. A base militar americana já deu o que tinha a dar.

Fica bem a Vasco Cordeiro, presidente do Governo Regional dos Açores, defender os interesses dos Açores e de Portugal como se fossem os mesmos, porque são. Ou, se não são, deveriam ser.

Este mês os EUA decidiram reduzir o pessoal militar nas Lajes de 600 para 165. O presidente Cordeiro classificou o downsizing como uma "decisão hostil". Deus me perdoe, mas ri-me. Então os americanos mandaram 435 militares americanos para casa e a decisão, obviamente pacífica, é hostil?

O Presidente Cavaco Silva, honra lhe seja feita, também achou que a reacção, apesar de ser entusiástica, era excessiva. O presidente Cordeiro frisou que não gostou da maneira como a decisão foi comunicada: de repente e, para mais, unilateralmente.

Que queria o presidente Cordeiro? Que os EUA reduzissem os militares a um ritmo de 20 por ano? Que Obama tivesse telefonado a perguntar como se deveria fazer para não parecer mal?

António Costa, entalado, saiu-se bem. O homem tem a vantagem dupla da lealdade e da bonomia. Apoiou Cordeiro com admiração solidária. Culpou o actual Governo sem qualquer venenosa intenção. Chegou a dizer, com rigor e verdade, que a "decisão unilateral [dos EUA equivalia a] desvalorizar a nossa posição geoestratégica, na sua dimensão atlântica".

Os Açores têm, para já, centenas de coisas (culturais, ecológicas, económicas e paisagísticas) para ensinar ao mundo. A base militar americana já deu o que tinha a dar. É o resto de Portugal que tem muito para aprender.

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