100 mil alunos do 4.º ano colocam hoje a Matemática à prova

O exame será feito numa escola diferente da habitual e vigiado por dois professores desconhecidos. Pais criticam regras.

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Ainda há alunos sem aulas Nelson Garrido

Mais de 100 mil alunos do 4.º ano realizam nesta sexta-feira a prova nacional de Matemática, três dias depois do exame de Português que obrigou a um “esforço adicional” de pais e professores.

Pela segunda vez esta semana, a maioria dos estudantes do 4.º ano vão passar a manhã numa escola diferente da habitual e vigiados por dois professores desconhecidos. Os encarregados de educação acreditam que os nervos de realizar um novo exame será menor que na passada terça-feira: “A ansiedade depende sempre das crianças e das famílias, mas a surpresa e desconhecimento do espaço desaparecerá. Claro que haverá sempre alguma ansiedade”, disse à Lusa o presidente da Confap, Jorge Ascensão.

O presidente da Confederação Nacional de Associações de Pais (Confap) voltou a criticar algumas das regras definidas pelo Ministério da Educação, como a preferência pela realização dos exames numa escola diferente da habitualmente frequentada pelos alunos. “Todas as questões que foram levantadas em relação à prova de Português estão ultrapassadas apenas porque foram resolvidas pelas escolas e pelas famílias”, defendeu o presidente da Confap.

Os pais consideram que “os transtornos se mantêm”: A mudança de escola implica “deslocações desnecessárias dos que fazem as provas e obriga a que muitos alunos do 5.º ao 9.º ano fiquem sem aulas”, porque as suas salas estão ocupadas. Se, para alguns, a realização do exame significa apenas um pequeno desvio do percurso habitual, para outros obriga a muitos quilómetros por estradas nem sempre fáceis.

Sobre o exame de Matemática, uma disciplina um pouco “estigmatizada” em Portugal, os pais dizem estar “esperançados que seja uma prova adequada e que demonstre o real trabalho que é feito com as crianças do 1.º ciclo”. A prova de Matemática será vigiada por cerca de 10 mil professores e realizada em 1153 escolas.

Os resultados das provas, que serão corrigidas por cerca de sete mil docentes, serão conhecidos a 12 de Junho e os alunos que não conseguirem atingir os objectivos terão aulas de recuperação.

O objectivo é permitir a estes estudantes um acompanhamento mais individualizado durante esse período, de forma a conseguir a aprovação na segunda fase das provas, que se realiza entre 9 e 12 de Julho.

A PSP e GNR estão responsáveis por proteger, guardar e distribuir nas escolas os exames do ensino básico e secundário. No total, 755 polícias entregam os exames em 708 escolas e agrupamentos. Nos restantes estabelecimento de ensino, a tarefa está a cabo dos militares da GNR.

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